Eu estive pensando [de novo!] sobre mudanças ultimamente. Como nós mudamos! Tava vendo um site aqui e vi cds que tenho (estão na casa de meus pais) que eu nem lembrava mais que tinha. É como se fizesse séculos que eu comprei os cds, que vivi certas coisas. Está tudo tão distante, e eu mudei tanto, que nem lembro mais. E isso não acontece só com cds, mas com programas que assistia, com músicas que ouvia… É como se toda uma fase de minha vida estivesse bem escondida na memória.
E aí a gente vê o quanto a gente muda, e muda em tudo! Desde a aparência, corte de cabelo, estilo de roupas que usa, jeito de escrever (tanto a caligrafia como as palavras usadas), jeito de falar, de agir… Mudamos a forma como encaramos a vida, mudamos de opinião quanto aos mais diversos assuntos. Mudamos, mudamos e mudamos.
A mudança faz parte da vida da gente assim como o beber água a cada dia, ou o respirar. Ela é inevitável! Acontece mesmo e a gente muitas vezes nem se dá conta, ou só se dá depois de um bom tempo. E fica embasbacado, como estou agora.
Eu fico pensando: será que mudar é bom? Eu sei que sim, por muitas razões, e posso até dizer que é necessário. Mas ao mesmo tempo, quanto de mim se perdeu ao longo de anos de mudanças?
É mais que claro que, pra crescer, precisamos mudar. Veja bem, eu morava com meus pais, fazia faculdade na mesma cidade em que cresci, não precisei sair de casa. Mas mesmo durante o tempo da faculdade eu mudei. Tinha que mudar, se não eu não sobreviveria naquele mundo novo.
Pouco antes de me formar, tive que passar um tempo morando em outra cidade (dois meses), junto com outros estudantes, pra fazer um estágio obrigatório. Depois que me formei, vim pra cidade onde iria morar com meu futuro esposo (eu estava noiva na época), aluguei um apartamento e comecei a trabalhar. Nunca tinha trabalhado, nem morado sozinha (coisa que queria muito), e agora estava passando por essa experiência, pouco depois de ter passado por outra igualmente desafiante, que foi morar com os estudantes. Novamente, a mudança não só era necessária como realmente aconteceu.
Depois eu casei. Agora, ia dividir a casa com alguém que não era da área de Saúde da universidade, nem era parente. Ia dividir a casa com um rapaz. Somente nós dois. Alguém aí acha que houve alguma mudança? Alguém acha que eu preciso responder?
Pois é. A gente muda. Eu mudei, e vejo muitas pessoas ao meu redor que mudaram e continuam em processo de mudança. Talvez nem percebam agora. Talvez só notem daqui a alguns anos, quando estiverem zanzando pela net de madrugada, e deem de cara com um site mostrando um cd que elas nem lembravam mais que um dia tinham comprado.
E eu sei que eu mesma, apesar de estar com 30 anos, ainda vou mudar muito. A vida é assim mesmo. Mas a minha pergunta continua: quanto de mim mesma, quanto de nós se “perde” nessas mudanças? Será que éramos mais amigáveis antes? Será que éramos mais inocentes, mais simples? Será que gostávamos de coisas melhores que as que gostamos hoje? Será que éramos mais amigos dos nossos amigos? Que nos preocupávamos mais com eles? Será que agora, que temos outros amigos, nos esquecemos dos amigos “de antes”? Será que não nos distanciamos muito de nossas origens? Será que não estamos tão envolvidos com trabalho e outras preocupações da vida que viramos uns chatos? Ou perdemos o encanto com as coisas simples que tínhamos antes?
Tantos serás! Tantas indagações… Mil perdões pelo “desabafo”, mas pensei que seria legal compartilhar isso aqui. Não é nada que esteja me tirando o sono, mas faz, sim, pensar… E vocês, o que acham?