Relacionamento: essa coisa “complicada”…
Hoje, quero falar de relacionamentos (como falo desse assunto, não? hehehehe). Mas, antes de mais nada, eu quero falar sobre sinceridade: creio que a gente sempre tem que ser sincero. Temos que ter sinceridade conosco mesmos e com os outros… Hoje em dia, parece que é esquisito uma mulher dizer que quer namorar, noivar, casar… Ter uma família enfim. Parece que isso nos remete a tempos passados onde tudo o que uma mulher podia fazer era casar e ter filhos. E isso antes dos 18. Hoje, com tanta mudança, tanta revolução, tanta opção, parece que faz vergonha a uma mulher dizer que, além de muitas outras coisas, ela deseja se comprometer com alguém. Parece que, a esta ao menos, o destino está reservando as piores surpresas.
Mas todos sabemos que NÃO tem que ser assim. Unir-se a outra pessoa para passar com ela o resto da sua vida não tem que ser uma miséria total; mas muitas mulheres, infelizmente, por não quererem ser mal-vistas (tem hífen aqui ou não?), acabam escondendo que querem namorar e casar — quando na verdade é o que mais desejam — e saem pregando aos quatro ventos que são solteiras por opção e querem apenas se focar nas carreiras.
Sinceramente, eu não vejo mal nenhum em pessoas que não querem compromisso, nem pensam em casar ou ter uma família. Não creio que isso seja errado. Cada um pode e deve fazer suas escolhas, visando ao que é melhor pra si. Porém, só diga que pensa assim se esse for o seu real pensamento. Não queira ser alguém que não é, não tenha vergonha de dizer o que pensa. Se você quer, sim, namorar, noivar e casar, não há mal em admitir isso, você não é um(a) desesperado(a) infeliz por querer essas coisas. O bom é ser sincero, antes de tudo.
Sabe por quê? Porque é muito feio pegar alguém na mentira. Conheci uma pessoa que falava a todos que não queria casar, gostava mesmo é de ser solteira e falava até mal do casamento (com que propriedade eu não sei, já que ela nunca casou…). Mas quando estava conversando a sós comigo, esse desconhecido para vocês, embora conhecido pra mim, começava a se queixar da vida, da solidão… Então por que tanto fingimento? Por que não dizer o que sente? Com medo de parecer desesperado? Muito mais desesperado era conversando comigo… Cada vez mais começo a achar que quem menos quer parecer ‘desesperado’ é quem mais é! Querer casar não é desespero! Vou falar até que você se convença! Sinceridade consigo mesmo (e com os outros), sempre!
Bem, então digamos que apareceu alguém por quem você se interessou, ou que se interessou por você, ou as duas coisas. Isso é muito bom, não? Mas aí vem uma das coisas que fazem a gente pensar duas vezes (ou até mais…) sobre se deve namorar um(a) amigo(a), que é aquela velha história de “eu não quero que nossa amizade mude”, ou “eu não quero perder sua amizade”. A verdade é que se você está gostando de um(a) amigo(a) ou ele(a) está gostando de você, a amizade já passou por uma mudança. Amizades sempre mudam, quer você queira quer não; mesmo que você nunca namore com aquele que é seu melhor amigo e descobriu que está apaixonado por você, sua amizade com ele vai mudar, se não agora, um dia. Se você namorar e der certo, ela também vai mudar. Se namorar e der errado, muda também. Não há o que fazer. A vida é assim. Por isso eu penso que, pesadas as considerações que devem ser pesadas (ainda vou falar sobre muitas delas), é melhor namorar e saber que tentou, que nunca se dar uma chance e passar a vida na dúvida. Claro, é só minha opinião, a escolha é toda sua.
O mesmo vale para quem gosta de alguém e não sabe se deve “se declarar” ou não; é uma situação complicada, muita gente acha que “não pode dar o braço a torcer”; “tenho orgulho”, outros dizem. Mas dizer que está gostando não tira pedaço. Sim, você corre o risco de ser esnobado(a). Sim, você corre o risco de cair na boca do povo como “aquele(a) que tá caidinho por fulano(a)”. Mas você também “corre o risco” de ser correspondido(a) por alguém que estava doido(a) pra ouvir aquilo, e não tinha coragem de fazer o que você fez. Como disse, melhor tentar que passar o resto da vida se perguntando: “e se…?”. E olha que tem gente que se pergunta viu… Deve ser um terror viver assim!
A gente tem que saber o que quer da vida. Temos que saber, dentre outras coisas, se queremos casar, ter uma família, ou não. Feita essa escolha, as outras serão BEM mais fáceis. Não é errado não querer casar. Já disse isso antes… Também não é errado querer. Resta saber o que você quer.
Às vezes, duas pessoas não dão certo porque uma quer uma coisa e a outra… Bem, a outra… A outra quer outra coisa. Tem gente que eu não consigo imaginar casada. E aí vai um cara doido pra casar e se apaixona por essa, que nem namorar quer, que dirá casar… Desastre total… Com duas vítimas…
Outra coisa importante a se ponderar: o que você tem em comum com essa pessoa? Sim, porque como diz uma comunidade de que faço parte no Orkut, “os opostos NÃO se atraem”. Mas, às vezes, a gente pensa (ou nos fazem pensar) que pequenas diferenças tornam opostos um homem e uma mulher que poderiam se dar muito bem… E essas diferenças geralmente giram em torno de preconceitos. Cor da pele, idade, situação financeira, o fato de haver alguém que é filho(a) de pais divorciados. Claro, diferenças muito grandes quase sempre indicam que haverá problemas, imagine uma mulher de 40 anos com um rapaz de 19! Ou alguém que mora na China, se apaixonando por outro que tem a vida estabelecida no Brasil! Ou uma moça filha de algum senador aí se enamorando do filho do faxineiro que limpa a sala onde o seu pai trabalha! Entendam, eu não tenho nada contra “ricos”, “pobres”, velhos, jovens, negros ou brancos. Mas há sim diferenças que vão trazer muitíssimas dificuldades (que poderão ser superadas ou não). Outras, porém, não trarão qualquer problema. Eu, por exemplo, sou 4 anos mais velha que meu esposo, sou do Nordeste e ele do Sul. Há diferenças entre nós, mas elas não são tão grandes… O fato é que, quanto mais você se parecer com o outro, melhor! Claro! E isso é lógico… Mesmos gostos, mesmos ideais, mesmos sonhos, mesmos objetivos de vida. É complicado quando um é mais caseiro, gosta de ler, é formado e tem uma fé, conviver com outro que adora “sair pras baladas”, odeia ler, estudar e afins, não fez faculdade mas só quer saber de ganhar dinheiro e não tem qualquer crença. Muito complicado mesmo…
Mas, às vezes as pessoas vão com suas lentezinhas de aumento deturpadas e veem coisas que não existem! Veem gigantes onde só há anões! Criam mil barreiras contra o relacionamento, por puras bobagens! Vejo isso acontecer, não é coisa da minha cabeça. Ora, se dois jovens gostam de conversar, são amigos, moram na mesma cidade, gostam dos mesmos passatempos, são parecidos em um monte de coisa, estão fazendo as faculdades dos seus sonhos, ainda que um com um pouco mais de dificuldades que o outro, só porque um mora no centro e o outro num bairro nobre agora não podem namorar? Me lembra do filme “A Sogra”, em que, numa determinada cena, Jane Fonda (que faz a sogrona chata), diz: “Meu filho, um cirurgião brilhante, casar com uma temporária?”. Ela fazia referência ao fato de que a futura nora não tinha emprego fixo, mas trabalhava fazendo várias coisas. Só que ela esqueceu de mencionar que a moça tinha feito faculdade de design, e era uma pintora super talentosa. Talvez, se ela tivesse pais (a personagem de Jeniffer Lopez – a nora torturada – era órfã), eles pudessem dizer a mesma coisa: “Minha filha, tão talentosa e trabalhadora, casar com um ‘filhinho de papai’?!”
Pois é: na maior parte dos casos, são os pais que agem assim. Duro, mas é verdade: muitas vezes, os pais, até sem querer, são os maiores culpados pela infelicidade dos filhos. Têm mil sonhos pros pimpolhos, esquecendo-se de que os filhos não são deles, e têm que escrever suas próprias histórias… Impõem seus sonhos àqueles que deveriam ter os seus próprios sonhos… E impõem de um modo tal, que os filhos esquecem que um dia sonharam…
Não estou pregando a revolta contra os pais. Sou cristã, creio na Bíblia. Sei das minhas obrigações para com os meus pais. Mas, quando eles queriam me impor algo que eu sabia que era errado ou que eu tinha certeza de que não precisava ser exatamente daquele jeito que eles diziam, eu batia o pé. Eu já briguei com meus pais por discordar deles em certos pontos. Nem por isso nos damos mal. Eu os amo muito e sei o quanto eles me amam. Honrar e respeitar os pais é o que nos pede a Santa Palavra de Deus, mas isso não significa concordar com eles em tudo. Imagine que você é cristão e seu pai pede que você faça algo contrário às suas crenças? Você não precisa fazer, aliás, você não DEVE fazer, pois “antes importa obedecer a Deus que aos homens”, é o que diz a Bíblia. Ou talvez eles peçam algo que não vai exatamente contra a vontade de Deus, mas que você sabe que eles estão equivocados. Tipo: “filha, não seja amiga de fulana, você sabe que o pai dela bebe!” Ora, é o pai que bebe, não a fulana, qual o problema? Claro, para isso é necessário que você tenha muita maturidade, e que tenha outras pessoas mais velhas com quem possa se aconselhar. Pastores, professores cristãos, anciãos da igreja, esposas do pastor e do ancião, amigos mais velhos, casados ou não, mas que tenham uma vida cristã exemplar… Por que não contar o problema a algum deles e pedir um “help”? Pergunte o que acham, se concordam com a idéia dos seus pais ou não, e por que, peça que algum deles interceda por você, se achar conveniente. Os pais devem ser nossos melhores amigos, e por terem vivido mais que nós, têm muita experiência, sendo, por isso mesmo, aqueles a quem deveríamos primeiro consultar. Mas, mesmo os melhores pais do mundo podem se equivocar. Não é pecado admitir isso, nem é pecado discordar, pensar e agir diferente deles…
Agora, analisados os prós e contras, vencidas as dificuldades, vocês começaram a namorar… E o namoro foi avançando mais e mais. Fazem-se necessários, então, outros questionamentos. Com o que você sonha? Ter um bom emprego, fazendo aquilo de que gosta? Quer casar? Quer viajar pelo mundo? Quer ter uma casa ou carro próprios? Quer isso tudo e mais? Lembre-se: uma coisa de cada vez. E não importa se você já tem o carro, mas o emprego ainda não é o que você gostaria; ou se você casou, mas ainda não tem a sua casa. Se você realmente quiser essas coisas, os sonhos alcançados não vão fazer desvanecer os sonhos ainda não realizados. Basta ter força de vontade e não se acomodar. Falo isso porque sei que às vezes essa é a nossa tendência quando conseguimos 2 ou 3 daqueles 10 sonhos que tínhamos. Mas não precisa ser assim, também não precisa realizar tudo de uma vez, ou só partir pra determinado sonho quando tiver conquistado uns 20 antes (tipo, só casar depois do mestrado, doutorado e pós-doutorado. Casar com a faculdade feita e um empreguinho básico pra se manter já tá bom demais… Risos…).
Até agora, falamos de uma sequência de fatos que culminou com um namoro, que provalvemente terminará num casamento, se tudo der certo. Mas eu queria terminar falando de um assunto onde eu talvez “bata muito na mesma tecla”. Não sei se porque aconteceu comigo, ou porque acho interessante, mas acho importante lembrar ele. Nem sempre você corresponde ou é correspondido quando o assunto é amor. E aqui eu queria deixar algumas dicas caso você passe por uma situação assim…
De tanto bater, meu coração se cansou… Esse é um título de livro que descobri fuçando o meu mais novo vício, o Skoob. E pensei no quanto ele poderia se aplicar a um monte de gente que sofre ou sofreu por amor. Na verdade, conheço uma história que, se um dia eu pudesse escrever um livro sobre ela, o título que eu usaria provavelmente seria esse. Não adianta me perguntar quem é o “personagem principal”, eu não vou dizer, não seria ético. Não sou eu, se bem que poderia ter sido. Já aconteceu isso comigo, como também aconteceu a essa pessoa. Hoje, nem eu nem ela temos do que reclamar. Eu sou casada. Ela também já casou, já está bem feliz, nem se lembra mais do passado. Na verdade, a minha história é SUPER parecida com a dessa pessoa, mas acho que, se acontecesse comigo exatamente tudo o que aconteceu a ela, seria demais pra suportar…
Bem, o fato é que, resumindo a ópera, trata-se de uma pessoa que amou e não foi correspondida. Seria bem comum, não fossem algumas coisas chatas que aconteceram no percurso. Entendam, como eu já falei num outro post, ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Mas esconder o que se sente, demonstrar que gosta mas dizer que não gosta, ou simplesmente dizer não ao outro por falta de vontade de enfrentar os obstáculos, a meu ver, não são coisas lá muito justas, não. Se não gosta, diga. E deixe bem claro através de atos e palavras. Não precisa se tornar um grosso, pode continuar sendo educado, mas sem afetação. E se não quiser, não precisa dizer o porquê. Apenas seja sincero.
Outra coisa: se gosta, diga. Se há dificuldades, enfrente-as. Fato é que nem sempre a vida é um mar de rosas. Às vezes a gente quer muito namorar alguém, vemos que não há qualquer problema, sabemos que Deus não Se oporia, mas por conta de uns e outros, ou dos pais, ou de outra coisa qualquer, preferimos esconder os sentimentos, fingir que não amamos e afastamos a pessoa de nós, ficando amargurados se não pelo resto da vida, mas por um bom tempo dela. Não admitimos que essa pessoa nos supere e vá viver sua vida ao lado de outro(a), pois, apesar de tudo, a amávamos e não queríamos perdê-la de vista. Mas, como não fomos fortes o suficiente para lutarmos por ela, seu coração “de tanto bater acaba se cansando” e ela acaba indo embora, queiramos nós ou não.
Sei que talvez tenha sido dura agora. Mas se falo isso é porque sei que, às vezes, os maiores sabotadores da nossa felicidade somos nós mesmos… E não deveria ser assim. Tanta gente vive triste por aí por causa de “amores mal resolvidos”, quando tudo poderia sim ter se resolvido, se fôssemos apenas um pouco menos complicados. Tem gente que passa por coisas assim e supera, tem gente que não. E como deve ser ruim descobrir que é infeliz por sua própria culpa…
Sei também que não falei tudo sobre relacionamento a dois aqui. E nem pretendia isso. Quem sabe um dia, se eu escrever um livro (rsrsrs). Mas, ainda assim, não vai ser tudo. Não tem como ser tudo. Eu não sou a dona da verdade. Não sei tudo. Nem psicóloga sou. Mas gosto de compartilhar o pouco que aprendi com outras pessoas, com leituras, com vivências minhas, sobre esse assunto… Se ajudar uma pessoa que seja, é o que sempre digo, já está de bom tamanho. Se fez você que leu pensar um pouquinho sobre a vida, já é grande coisa pra mim…