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Mal resolvida?

Às vezes as pessoas te alertam: “não faça/fale assim, senão vai parecer que você é ‘mal-resolvido’. Outras já xingam logo: “fulana é mal resolvida!” E todo mundo acha isso muito normal. Mas será que é mesmo?

Eu, por exemplo, acho que sou mal resolvida em algumas coisas. Peso é uma delas. Não queria ter o peso que tenho, mas, ao mesmo tempo, não aceito o preconceito – já sofrido por mim inclusive – que existe com quem está acima do peso, nem aceito a pressão para se ter a ‘imagem’ do momento, aquela constantemente bombardeada pela mídia, que dita que as belas são as magrinhas. E por não concordar com isso, falo muito sobre o assunto, aqui e mais ainda no twitter. Coisa que já fez gente “irritar-se” comigo.

Mas eu pergunto: e daí se sou mal resolvida? Há algum problema nisso? Todo mundo tem alguma coisa mal resolvida em sua vida:

  • Sexualidade: não tem nem o que falar
  • Casamento: mostram-se felizes com a decisão de casarem, mas no fundo não estão muito certos quanto a isso
  • Solteirice: mostram uma felicidade por ser solteiros que não existe quando estão sozinhos em casa
  • Questões acadêmicas: fingem que não se importam, mas queriam ter feito faculdade, ou outro curso diferente do que fizeram, ou um mestrado
  • Questões profissionais: não gostam da profissão que escolheram, queriam ter seguido outro rumo

E o pior é que, semelhantemente à questão da baixa autoestima, as pessoas usam o “ser mal resolvido” como crítica, quando não usam como xingamento. Quando alguém é bem resolvido com muita coisa, quando tem autoestima elevada, não vejo problema em elogiar-se isso. Mas não creio ser saudável criticar/xingar quem tem baixa autoestima, bem como quem é, segundo eles, “mal resolvido”. É terrível para alguém ter baixa autoestima ou ser mal resolvido em relação ao que quer que seja, e, como se não bastasse isso, ainda ter que ouvir o tempo todo – não como forma de alerta ou de tentar ajudar, e sim como uma pressão para mudar imediatamente, ou como um insulto – que você é/tem todas essas coisas.

Se um dia eu for apresentada a alguém que é bem resolvido com relação a tudo – quero dizer TUDO MESMO – em sua vida: aparência, estado civil, profissão, etc., eu mudo minha opinião. Mas até lá, continuo com a que tenho agora. E faço um apelo: se você conhece alguém mal resolvido e/ou com baixa autoestima, primeiro analise se você não é assim também. E só depois vá falar com ela. Mas com amor, com carinho, no intuito de ajudar, e não apenas criticar, deixar a pessoa super magoada, e sair ileso, como se nada houvesse acontecido. E lembre-se: sempre seremos mal resolvidos em relação a algo. Fôssemos perfeitos e adorássemos tudo em e sobre nós mesmos, sem achar que em nada precisamos mudar, e já estaríamos no paraíso. Ou no inferno…

Casamento é tudo igual?

NOTA: O texto não é meu, mas gostei e resolvi compartilhar com vocês.

………………

“No fundo, casamento é sempre a mesma coisa; só muda a pessoa”.

A frase é da atriz Helena Ranaldi, que estreou no Rio o espetáculo “A música segunda”. Sua personagem é uma mulher que reencontra o ex-marido depois de três anos. Os dois lavam a roupa suja da relação mal-resolvida. Até aí tudo bem, não é raro ex-casais guardarem mágoas, dizerem cobras e lagartos um para o outro e tudo o mais. O que estranhei foi a frase sobre o casamento.

Discordo totalmente.

É certo que muitas pessoas repetem alguns erros do passado em novas uniões. Também é certo que muitos casamentos tenham características comuns, situações e conflitos semelhantes. Mas casamento não é “sempre a mesma coisa” de jeito algum.

Cada relacionamento tem um par e duas variáveis – seja um casal heterossexual ou gay. Se uma das variáveis sai, muda tudo. A interação entre a nova dupla vai ser bem diferente da anterior. Sem falar que uma mesma pessoa também se transforma de um casamento para outro. Ela aprende com as experiências que passaram, cria novas expectativas. Sem falar numa pitada de acaso, de sorte, do imponderável. Na verdade, o casamento não é igual nem dentro da mesma união. Começa de um jeito, vira outra coisa, depois se transforma de novo.

Eu estou no segundo casamento. Para mim, é como se eu estivesse vivendo em dois planetas diferentes. Com todas as pessoas descasadas e re-casadas que eu conheço também é assim. Histórias bem diferentes.

Há casamentos em que voltar para casa é uma agonia. Outros em que já se coloca a chave na fechadura sorrindo.
Há casamentos em que se fica estarrecido diante de um casal se beijando no meio da rua (onde é que foi parar aquilo tudo?). Em alguns, são os outros que olhar pra você (que nem percebe).
Há casamentos em que ir ao bar da esquina tomar uma caipirinha é o melhor da vida. Em outros, Paris pode ser o inferno.
Há casamentos em que, quando tudo vai mal, o parceiro é um atenuante. Em outros, é peso. Há casamentos que não merecem ser chamados assim. Em outros, o nome é pouco. Deveriam se chamar Encontros, assim, com E maiúsculo.

E mesmo indo bem ou indo mal, jamais são a mesma coisa.

(Do blog 7×7)

Feios: resenha

Bom, como prometido, vou falar sobre o livro Feios! Mas atenção: pode ser que você não queira ler, pois o post pode conter spoilers hehehe…

O livro, como já mencionei, fala sobre um mundo onde o certo é ser perfeito. Todos, quando chegam à idade de 16 anos, têm que fazer uma cirurgia plástica, o que é imposto pelo governo. Essa cirurgia torna a pessoa perfeita, a qual deixa de viver em Vila Feia (onde só moram os feios) e vai viver em Nova Perfeição — local onde as pessoas vivem sempre felizes e festejando a vida, sem quaisquer problemas.

Mas acontece que há pessoas que não aceitam essa imposição. Não se acham feias, e não querem mudar sua aparência. E a personagem principal do livro, Tally Youngblood — que sonha em fazer 16 anos para se tornar perfeita — conhece uma dessas pessoas, Shay. Ela não quer fazer a cirurgia, e tenciona fugir para Fumaça, local para onde vão aqueles que pensam diferente da maioria.

E é exatamente a partir daí que a história começa a ficar empolgante: Shay, é claro, convida Tally para ir com ela para Fumaça. Mas Tally fica em dúvida. O que ela não sabe é que está prestes a descobrir coisas que nem imaginava sobre o que está por trás dessa cirurgia, e como a ideia é mudar não apenas o corpo, como também o modo de pensar das pessoas.

Existem muitas coisas boas nesse livro. Pra mim, a melhor delas é o debate sobre a obsessão com a aparência. E o mais legal é que ele (o livro) fez o assunto ficar interessante para adolescentes, que geralmente não se interessam por temas desse tipo, até porque a maioria realmente acredita que precisa parecer com os meninos e meninas das capas de revistas. Não precisamos parecer com ninguém, exceto conosco mesmos. Quem disse que pra ser lindo tem que ter o cabelo desse ou daquele jeito, parecer-se com tal pessoa, ter olhos dessa ou daquela cor? Isso não existe, e o livro traz essa ideia.

Outra coisa legal são os toques sutis que o autor faz, ao longo dos capítulos, de como a sociedade daquela época (que parecer ser posterior à nossa, a qual é sempre criticada pelos perfeitos, mas melhor compreendida pelos “Enfumaçados”, os habitantes de Fumaça) sempre tenta “maquiar” tudo, nunca deixando que as coisas — nem a aparência das pessoas — sigam seu curso natural. Todo mundo se acha feio, e é natural se achar assim, visto que a sociedade impôs esse pensamento. Interessante notar que, apesar de se passar no futuro, a trama traz semelhanças com nosso mundo de hoje: não há uma tentativa totalmente exagerada de fazer “o tempo parar” esteticamente falando? Não existem pessoas pessoas magras que acham que sempre têm uns quilinhos a mais pra perder? Ou pessoas que consideramos lindas que encontram sempre um defeitinho aqui e ali?

Também se fala sobre a questão do pensamento igual. Quase todo mundo acha que TEM que fazer a cirurgia, que TODOS que não a fazem são feios e tem vidas tristes e tediosas e que o CERTO é ser perfeito e viver sem pensar em nada mais sério que festas e afins… O mundo (sociedade, pessoas em geral) hoje quer que todos se enquadrem num determinado padrão. E, junto com a mídia, consegue fazer a gente achar que nunca seremos bonitos o suficiente. Mas “esquecem” de avisar que esse padrão, com o tempo, vai mudar. O que é bonito hoje não será daqui a alguns anos, ou mesmo meses. E aí, o que farão aqueles que quiseram se adaptar ao padrão de hoje, que foram ‘catequizados’ para serem desse ou daquele jeito?

Cada um é como é. Temos que nos cuidar, não estou fazendo apologia à obesidade ou ao comer mal. É mais um alerta para que a gente se ame como é, com os pneuzinhos, com a cor de olhos e cabelos, com a cor da pele e o corpo que Deus nos deu. Cuidado sim, obsessão não. Mas não preciso falar tanto. O livro faz isso bem melhor que eu, e de forma bem mais criativa. Leia e comprove 😉

Mulher, trabalho, filhos…

Muito se falou e ainda se fala sobre a mulher que não quer ter filhos. Alguns chegam a dizer que são egoístas, que só pensam em si mesmas e por aí vai. Então, imagina-se, o que se espera de uma mulher, segundo estes, é que tenha filhos. Mas ei, alto lá. Não é só isso que se espera. Querem também que os filhos sejam limpinhos e bem-educados. Essa é a regra: você, mulher, tem que parir, e seus rebentos precisam ser anjos de candura.

E quem diz estas coisas? Aquelas que dizem que as que não querem ter filhos são egoístas. E ainda dão a receita do bolo: o negócio é você se dedicar a eles, não trabalhar pro resto da vida, porque aí terá filhos excelentes! E elas, realmente, não trabalham. Algumas podem se dar ao luxo de fazer isso, pois deram o golpe do baú têm maridos ricos, e vivem que nem dondocas, cujas únicas atividades são fazer compras, falar e ler futilidades e cuidar dos pimpolhos. Outras não têm tanta condição assim, e agem dessa forma porque creem piamente que é o melhor.

Mas o que tenho visto é exatamente o contrário. Conheço algumas mulheres (não vou dizer quem são nem como as conheci, óbvio) que não trabalham, muitas inclusive porque creem que “assim é o melhor”, quando não chegam a soltar o ridículo “é a vontade de Deus”. Tais mulheres frequentam reuniões femininas, que supostamente as ajudariam a ser melhores esposas e mães. Porém, apesar de tudo isso, algumas delas têm filhos que são verdadeiras pestes, com o perdão do termo. Crianças para as quais escovar os dentes é atividade semanal, e não diária (podem deixar cair o queixo, eu também fiquei assim quando ouvi), que dormem mais tarde que eu e que assistem programas de tv no mínimo inapropriados para suas idades.

Enquanto isso, conheço outras tantas que trabalham fora (claro que algumas têm a bênção de ter pais ou sogros por perto, mas mesmo assim…), mas que também se dedicam ao esposo e aos filhos, cujas crianças, essas sim, são educadas, estudam direitinho e são limpinhas. Ah, e só assistem programas adequados pra elas, dormindo bem cedo. Não são perfeitas, claro, mas estão a anos-luz de distância daquelas, cujas mães acreditam estarem fazendo o que Deus quer.

Minha mãe sempre trabalhou fora, e faz isso até hoje. Não só pra ajudar no orçamento, mas porque se realiza no que faz. Eu creio que a mulher, quando decide ter filhos, tem que maneirar no trabalho. Principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Isso, inclusive, foi minha mãe que me ensinou — e fez. Mas não precisa deixar de trabalhar eternamente. O trabalho nos faz sentir úteis, é uma verdadeira terapia (quando trabalho não me concentro nos meus problemas, mas nos dos outros, que eu tenho que resolver, e isso alivia a mente, além de nos ajudar a ser menos egoístas), nos dá o sustento e nos realiza. Será que só o homem pode se sentir realizado e a mulher não?

Eu não sou feminista, como sempre falo. Também sou contra essa ideia da super-mulher: tem que ser ótima profissional, excelente mãe, esposa inigualável, e, claro, manter-se sexy 24 horas por dia. Isso é impossível. Ponto. Mas se a mulher quer se realizar fazendo algo de que gosta e ainda ganhando por isso, e quer também ser mãe, quem somos nós para impedí-la ou criticá-la? Conheço várias, imperfeitas, sim, mas que estão se saindo muito bem nas duas tarefas, enquanto que aquelas que pensam estar fazendo o melhor, por ficarem em casa, estão é prejudicando os filhos. Não todas, mas muitas sim…

A própria Bíblia fala da mulher que trabalha (e por isso que acho ridículo quando se diz que Deus não quer isso): “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho” (Provérbios 31:16). Aqui a Bíblia fala da “mulher virtuosa”. Ela compra uma propriedade, planta uma vinha com as rendas do seu trabalho! Eu não precisaria falar mais nada, mas cito novamente Provérbios 31: “Cinge os lombos de força e fortalece os braços. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite…não come o pão da preguiça” (versos 17, 18 e 27). Então, parem de usar Deus e a Bíblia como desculpas para sua falta de vontade…

E quanto àquelas que não querem ter filhos: será que são tão egoístas como se pinta? Ou mais egoísta é a mãe que tem filhos, fica o tempo todo em casa, mas não se dedica de verdade às suas crianças, que muito em breve, se a situação não mudar, tornar-se-ão insuportáveis? De nada adianta não trabalhar, mas ficar em casa sem fazer nada, “comendo o pão da preguiça” e achando que educar é igual a deixar os filhos fazerem o que querem. Melhor não ter filhos do que tê-los e deixá-los por conta própria. Isso sim é que é errado.

“Não sou a Lady Gaga”

Nunca fui fã de Sandy. Nunca gostei de suas músicas, acho a voz dela enjoada e com certeza achei muito esquisito o marido dela ter passado a noite de núpcias atualizando o twitter. Também não achei muito legal o fato de ela ter falado para todo mundo que ia casar virgem e depois reclamar que estavam pegando muito no pé por causa disso. Se não quisesse que pegassem no pé, não devia ter falado tanto acerca de algo tão íntimo e que só diz respeito a ela.

Mas acontece que não concordo com o que dizem sobre ela ser sem graça e sem sal, não apenas porque casou virgem — que é algo que eu apoio, com o que concordo plenamente e ninguém deveria recriminá-la por isso — , mas também por causa do jeito dela. Cada um tem seu jeito, que deve ser respeitado. Se ela fosse tipo Britney Spears ou Lindsay Lohan, o pessoal iria criticar porque ela seria doida. Como ela é calma, “na dela”, criticam também. Fica difícil!

Há algum tempo, li uma entrevista dela, e queria ter escrito um post aqui no blog antes, mas só agora apareceu a oportunidade. Ao ler essa entrevista, pude conhecer mais sobre Sandy, e assumo que me compadeci da “perseguição” que sofre. Até acho que mudei um pouco os conceitos que tinha sobre ela.

Gostei bastante dessa parte da entrevista (meus comentários estão em laranja):

Aí vem a adolescência e outro peso recai sobre você: atitude. As pessoas querem que você tenha mais atitude.

Eu não fui rebelde mesmo, assumo, eu não fui uma adolescente rebelde. Daqui a três anos eu terei 30 e não fiquei rebelde ainda. Eu tinha a vida que… Não precisava reivindicar nada, minha convivência com meus pais era fácil, tranquila, eu tinha liberdade. E se por um lado eu era criticada por ser comportada demais, por outro fui exemplo para famílias. As mães vinham dizendo: “Nossa, você é um exemplo para minha filha.” [Nossa, ser criticada por ser “comportada demais” é o cúmulo para mim. Existem pessoas comportadas, que se dão bem com os pais, sim! Você não precisa ser uma rebelde na adolescência para vivê-la em sua plenitude! Não sei por que o povo se irrita com quem não é rebelde].

Mas isso não tem glamour.

Pois é, não tem glamour para as pessoas, isso é brega. [Verdade, o que é uma pena…]

Aliás você tem pais que não se separam, você não briga com seu irmão, tudo que parece muito desinteressante para a mídia, não é?

Para a mídia e para o público, já que a mídia publica aquilo que o público procura. Não é interessante mesmo, pois é, minha vida é chata. Não tenho vida de artista, tenho vida de gente normal. [Que interessante a mídia! Querem ver sangue, miséria, tragédias. Quando o artista não dá isso, é “sem graça”. E quando dá, é criticado da mesma forma. Vai entender!]

Bom, não sei se vocês vão concordar comigo, mas também não é para isso que estou escrevendo esse post. Continuo não-fã da Sandy, continuo não ouvindo suas músicas, mas passei a vê-la de outra forma. Eu não gostaria de ser criticada porque fui uma adolescente comportada, porque me dou bem com meus pais ou porque casei virgem. E o interessante é que acabei encontrando coisas em comum com alguém de quem nunca fui admiradora. Gostei…

(Leia a entrevista na íntegra aqui)

Resposta ao post

Eu não queria ter que escrever um post pra explicar outro, mas como parece que é o melhor, resolvi escrever este para esclarecer umas coisinhas em relação ao post anterior:

  1. eu nunca neguei o fato de que há, sim, homens que têm medo de mulheres que são inteligentes, têm uma carreira, etc. etc. Apenas afirmei que, na realidade em que estou inserida, o que vejo é diferente. O que vejo são homens interessados em mulheres cultas, e com quem eles possam conversar sobre tudo. Claro que há homens imbecis o suficiente pra desprezarem mulheres assim, mas duvido muito que sejam 99,99% de todos eles, e a gente também tem que saber onde procurar…
  2. muitas vezes temos que admitir também que o problema está com as mulheres. Não sou partidária daquela ideia que muitas possuem de que o culpado por todos os problemas das mulheres são os homens. Às vezes o problema da mulher é ela mesma, e a forma como encara a vida. O que tenho observado são mulheres que dizem não estarem nem aí pros homens porque o que importa é a carreira, e depois ficarem reclamando de sua solteirice e chorando pelos cantos porque não têm namorado. Ou seja, incoerência total. E ainda falam que os homens não as querem porque são muito poderosas. Poxa, cansei dessa história chata, de verdade. Como bem disse a Madi no twitter, parece que, na verdade, o que existe é medo de sofrer, e eu até diria falta de confiança em si mesma e baixa autoestima, que as faz se esconderem sob essa máscara de “poderosas” dizendo que ninguém as quer pois são assim, quando na verdade estão desesperadas por um verdadeiro homem que as ame. Não entendem porque não se dão bem nos relacionamentos, e em vez de olharem para si mesmas (porque pode sim ser algo errado com você), preferem olhar para o homem: culpam outro, e ainda se elogiam, porque necessitam, de algum modo, se sentirem bem consigo mesmas: é, a culpa é dele, não me quer porque sou poderosa!

Não há nada de errado em querer um companheiro de toda uma vida. Mas também não há nada de errado em querer ter sua carreira e ser bem-sucedida nela. O problema é que algumas mulheres pensam que não se pode ter as duas coisas, ou que se você é ótima profissional vai ser solteira, e se for casada é porque é apenas uma boa dona-de-casa. Acordem, do mesmo jeito que existem mulheres inteligentes e bonitas (porque há pessoas que pensam que ou se é inteligente, ou bonita, nunca as duas coisas), existem aquelas felizes no amor e na profissão que escolheram. Uma mulher que tem família não é necessariamente uma tonta que nunca quis fazer faculdade, e uma mulher feliz na profissão não tem necessariamente que ser solteira pro resto da vida.

Não vou retirar nada do que disse, porque realmente creio no que postei. Apenas gostaria que, em vez de se tornar polêmico, esse post servisse pra nos fazer pensar! Só isso…

Mulheres maravilhosas

Ontem eu já estava pensando em abordar esse assunto aqui no blog, mas ainda não sabia como. Aí hoje cedo me deparei com esse texto. E veio a ideia que faltava! Na verdade, ainda quero escrever um post só sobre baixa autoestima, e como isso se relaciona com inveja e comparações. Mas aqui já vou começar a dar uma pincelada, só que tendo como ponto de partida um certo mito — pelo menos a meu ver — com relação às mulheres.

Eu não vou colocar o texto do post que citei aqui. Desculpem-me mas o espaço já é pouco, eu já escrevo demais, e ainda por cima não dá pra ficar pondo aqui um monte de baboseiras coisas com as quais não concordo. Portanto, se vocês quiserem saber melhor sobre o que ele fala, cliquem no link, please.

O fato é que, resumidamente, o texto diz que 99,99% dos homens (ao que parece, a autora quis ser boazinha com eles) não podem lidar com a “inteligência” e o “poder” das mulheres maravilhosas (que, segundo ela, são aquelas que “Saíram da barra da saia dos pais e das mães, estudaram enquanto moravam sozinhas e trabalhavam, e ainda encontravam tempo para receber os amigos e colegas em sua casa ou apartamento de estudantes…tinham namorados quando eram jovens. Mas parece que não dava certo, parece que nunca estavam no mesmo tempo. Elas, sempre à frente. Se formaram…trabalharam mais do que escravas…” e mais um monte de blá-blá-blá).

Uma das mulheres que comentaram o texto perguntou algo muito inteligente: “Estou ficando cansada dessa história que porque somos tão maravilhosas estamos sozinhas… porque não encontramos esse 0,01% que nos banque… Homens, vcs realmente concordam com isso? Vcs não podem com a gente? Vcs realmente fogem no primeiro sinal de dificuldade? Esquecemos o significado das palavras “construir” e “juntos”?”

Isso me levou a uma série de questionamentos, que se uniram aos que eu tinha desde ontem. Se as mulheres “modernas” e “liberadas” levam tanto em conta a carreira, a profissão, o trabalho, se isso é o que realmente é mais importante — e segundo o texto em questão é — por que elas vivem lendo livros toscos estilo “como agarrar seu homem”, se queixam incessantemente de que estão carentes, de que o relógio biológico está “tocando”, e no dia dos namorados choram que nem condenadas, agarradas a um urso de pelúcia e uma caixa de chocolates? Não parece um contra-senso?

Mas aí vem a ‘sábia’ autora do blog citado e responde: é porque somos lindas e maravilhosas e os homens, esses covardes, morrem de medo de nós! Cá entre nós, não concordo plenamente, e depois vou comentar sobre, mas com essa atitudezinha boba de “mulheres são melhores que homens” — que nunca leva a lugar nenhum, pois não somos melhores que eles nem eles são melhores que nós, e essa é uma discussão em que nunca se chega a denominador comum, ou seja, perda de tempo — aí é que os homens se afastam mesmo. Você iria gostar de ser criticada o tempo todo e ainda ter que dar atenção a essa pessoa que te critica? Pense…

Pois bem, mas ao refletir no assunto, me veio um pensamento, que passou a ser recorrente nos últimos tempos, pois não só a mulher que escreveu o texto como boa parte da mídia e da sociedade pensam dessa forma (mulheres ‘poderosas’ dão medo nos homens): então quer dizer que não sou maravilhosa, linda, inteligente, culta, esforçada? É isso? Pois se namorei, noivei e casei, sendo que quase 100% dos homens temem mulheres com as características que citei, isso quer dizer que provavelmente não tenho nenhuma ou quase nenhuma delas.

Chega a ser patético quando penso que essa ideia passou pela minha cabeça. Mas sim, passou. Eu, infelizmente, ainda me incomodo muito com opiniões alheias, com o que o outro pensa. Pra muitos — e eles estão certos — eu nem deveria me dar ao trabalho de pensar nessas coisas, que dirá de me achar tosca porque casei, ou seja, um homem me quis, então não devo ser tão “maravilhosa”.

Aí, comecei a analisar minha vida: me casei aos 28 anos, idade com a qual uma mulher “maravilhosa” deve estar concluindo seu Ph.D., não é mesmo? Sim, porque senão não é poderosa (estou sendo irônica, pra quem ainda não notou, até porque muitas dessas mulheres que se auto-denominam ‘poderosas’ talvez nem tenham terminado a faculdade). Mas antes de casar, eu fiz Medicina, numa universidade federal (não que meu curso ou a faculdade em que o fiz sejam a coisa mais importante pra mim, mas menciono pra que se entenda meu ponto de vista). No último ano, num dos estágios (onde temos vivência com comunidades distantes das grandes cidades para melhor entendermos como funciona o Programa de Saúde da Família nelas), tive que morar, por dois meses, numa casa com vários outros estudantes da área de saúde, numa das cidades da PB mais distantes da capital, João Pessoa. Depois que me formei, me mudei para a cidade onde meu noivo estava estudando, pois queria logo arranjar emprego e alugar um apartamento. Morei sozinha por dois meses, antes de casar.

Talvez eu não tenha “saído da barra da saia dos meus pais” tão cedo, talvez não tenha tido tanta experiência em morar sozinha, talvez tenha me casado “cedo” para os padrões atuais, e por causa deles mesmos, não seja considerada “poderosa” por não ter um mestrado, pelo menos. Mas eu sou alguém, tenho valor, sou inteligente, culta, esforçada e independente, não preciso do meu esposo para pagar minhas contas, posso até dizer que não preciso dele para viver, no sentido de que consigo me virar sozinha. Estou com ele porque quero, e porque o amo, acima de tudo.

E não só eu, mas amigas e primas que tenho, que são casadas, algumas até têm filhos, e são profissionais bem sucedidas, que estudaram e ralaram muito pra chegar onde estão hoje — todas nós somos provas de que os homens DE VERDADE gostam mesmo é das inteligentes, daquelas com quem podem conversar sobre qualquer coisa, daquelas que são esforçadas, trabalham fora, e eles nunca vão pensar que elas estão com eles porque querem dar “o golpe”, e sim porque o amam. Ou seja, o que quis dizer com toda essa conversa que já cansou vocês é que a teoria da moça que citei lá em cima é FALSA. Eu e outras mulheres que conheço somos prova disso.

Além do que, temos que rever esse conceito de “poder”: não é só “poderosa” ou “maravilhosa” aquela mulher que fez mil mestrados e três mil doutorados (eu escrevi mais sobre isso aqui). Nem também o é aquela que acha o máximo sentir que está “subjugando” o homem. Isso é apenas fazer com eles o que tanto odiamos. Queremos que alguém esteja conosco por medo ou por amor?

Homem que é homem gosta de mulheres interessantes. Aqueles que não gostam, eles é que têm algum problema. Ou não, e deram o azar de encontrar pela frente uma mulher tão “poderosa”, que acha que a carreira é a coisa mais importante da vida e tão cega por estereótipos e ideias mentirosas (que mais parecem ter sido tiradas de livros femininos de autoajuda) que não o assustaram, mas o rejeitaram, humilharam, destrataram. E nenhum  homem ou mulher saudável vai querer alguém tão chato assim por perto.

Por isso, antes de colocar a culpa nos homens, ó mulheres maravilhosas, olhem para si mesmas. E talvez assim consigam ser finalmente felizes.

Palmada virou espancamento

Eu ia escrever algo sobre o assunto, mas já encontrei tudo pronto, e concordo 100%. Sou a favor da boa e velha palmada. Que não é espancamento. Então, reproduzo aqui, como encontrado no blog Criacionismo.

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Tento me mover pela vida a partir das dúvidas. Mesmo quando acho que tenho uma razoável certeza sobre algum tema, me pergunto várias vezes: “será?”. E guardo uma parte de mim sempre aberta para mudar de ideia diante de algum fato novo ou argumento bem fundamentado. É o caso da lei da palmada, que me parece desde sempre um total disparate. Ao constatar que o projeto de lei enviado pelo presidente Lula ao Congresso em 14 de julho é apoiado e defendido em entrevistas e artigos por pessoas cuja inteligência e atuação pública tenho grande respeito, me forcei a um questionamento ainda maior. Será que palmada é crime e eu não estou percebendo algo importante?

O projeto, que ficou conhecido como “lei da palmada”, se propõe a alterar o artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nele, fica proibido o uso de castigos corporais de qualquer tipo na educação dos filhos. O castigo corporal é definido como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso de força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”. Li, pesquisei, estudei e continuo achando um total disparate. Não encontro um único argumento que me convença de uma lei proibindo palmadas.

Antes de seguir, quero deixar muito claro que, obviamente, espancamento é crime. Seja dos pais ou de quem for. Palmada não. E nada me convence de que precisamos de mais uma lei, já que a legislação existente pune o espancamento e demais agressões físicas. Nada tampouco me convence de que o Estado deve interferir neste nível na vida privada, na maneira como cada um educa seus filhos. Não por uma postura liberal, mas por algo bem mais sério que vou abordar mais adiante.

Um dos argumentos em defesa da nova lei é de que as pessoas não saberiam a diferença entre uma palmada e um espancamento. Acredito que a maioria das pessoas sabe muito bem a diferença entre dar um tapa na bunda de uma criança e espancar uma criança. Não vale como estatística, mas nunca conheci ninguém que não soubesse, exceto pessoas com distúrbios muito graves, que também não sabiam a diferença entre quase tudo. Quem espanca não acha que está dando uma palmada. Tem certeza de que espanca e quer espancar.

Outro argumento é de que a suposta violência começaria com uma palmada e evoluiria para um espancamento. Não me parece que temos provas de que isso seja um fato verídico. […]

Me parece muito perigoso tachar de criminosos pais que dão palmadas. Por vários motivos. O primeiro deles é a injustiça da afirmação. Crime é algo muito sério e algo com que o Estado e todos nós precisamos nos preocupar porque rompe e ameaça o tecido social, portanto a sobrevivência de todos. Não pode e não deve ser banalizado. Chamar de criminoso um pai ou uma mãe que dá uma palmada na criança na tentativa de educar é, além de um equívoco, um flagrante abuso.

Me preocupa muito, por exemplo, o fato de demorarmos a agir no caso das denúncias de espancamentos e de agressão sexual. Assim como me preocupa a falta de instrumentos de proteção efetivos para amparar as crianças violadas de todas as formas. Quem trabalha com a prevenção da violência contra crianças sabe que há escassez de assistência. Isso resulta em traumas físicos e psicológicos para as vítimas e impunidade para os agressores. Quando o Estado coloca a palmada e o espancamento no mesmo nível, como se fosse a mesma coisa, todas as lacunas de prevenção, assistência e repressão podem se tornar ainda mais largas.

Se o Estado se propõe a entrar na casa das pessoas e fiscalizar se todos os pais do Brasil estão dando ou não palmadas em seus filhos, em vez de concentrar seus recursos e esforços naquilo que é importante – a prevenção do espancamento e a punição dos espancadores, assim como dos abusadores de todo tipo – temo que o tiro possa sair pela culatra, com o perdão do clichê. Acho que na vida, seja para um governante, um legislador ou um cidadão comum, é importante ter foco.

Este tipo de debate é rico porque todos têm suas próprias experiências. E eu acredito muito na experiência. Vivemos numa época em que a tradição foi desmoralizada e a maioria corre para especialistas de todo o tipo para saber como deve agir ou pensar. Não confia nem na soma de experiências próprias e dos que acertaram e erraram antes – nem em seus próprios instintos. Uma pena, porque perdemos muito. Todos nós perdemos muito. E, talvez, mais que todos, nossas crianças. […]

Mas o aspecto que mais me preocupa se este projeto de lei for aprovado é o de reforçar aquele que me parece ser – este sim – um dos grandes problemas atuais: a dificuldade dos pais de educar seus filhos. Não me parece que o problema da maioria das crianças hoje seja a palmada que eventualmente recebe dos pais. Mas o fato de não receber limites de seus pais, de não ser efetivamente educada.

Boa parte dos pais me parece completamente perdida. As crianças gritam, as crianças querem porque querem, as crianças interrompem às vezes aos berros quando o pai conversa com outra pessoa, as crianças não cumprimentam ninguém nem na chegada nem na saída, fazem exigências como se o mundo e todos os adultos dentro dele existissem para servi-las, testam e testam para ver se alguém vai fazê-las parar, botar algum limite, e nada. Basta sair na rua para testemunhar cenas lamentáveis em restaurantes, shoppings, cinemas e lugares públicos protagonizadas por pequenos déspotas diante de pais infantilizados. Pais esvaziados, inseguros sobre sua capacidade de educar o filho que botaram no mundo e que parecem duvidar que têm algo a ensinar àquelas crianças. Pais sem nenhuma autoridade.

O que uma parte destes pais faz quando se torna insuportável viver com estes filhos? Leva para um especialista que diagnostica a criança como a mais nova portadora da epidemia da moda: a tal da TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. E dá-lhe medicamento cada vez mais cedo. Como boa parte das crianças ao redor já foi diagnosticada com a “doença” esta, ninguém acha suspeito. Imagino que, quando parte desta geração crescer, o rito de passagem vai ser apenas mudar o medicamento: aos 18 anos ganha um carro e sua primeira caixa de antidepressivos.

Pobres pais? Não! Pobres crianças que visivelmente estão cada vez mais infelizes porque ninguém nasce sabendo sobre seus limites e todo o resto. Um filho precisa que os pais sejam pais. Diante deste quadro, o que o Estado faz? Infantiliza e esvazia de autoridade ainda mais estes pais ao se meter na vida privada e dizer como eles devem educar. Ou que eles não podem tocar nos seus filhos para educar sob pena de serem tratados como criminosos ou párias. Ou, talvez o pior: tratados como maus pais.

Na escola, os professores já choram diante de crianças e adolescentes que desafiam sua combalida autoridade dizendo: “Você não pode me mandar fazer nada porque quem paga o seu salário é o meu pai”. A tradução é: portanto, eu mando em você e, portanto, não há educação possível a partir desta premissa. Se a lei da palmada for aprovada, é possível imaginar as variações dentro de casa: “Se me bater eu te denuncio para o conselho tutelar.” […]

Ao exercer sua autoridade de forma abusiva, o Estado esvazia de autoridade e infantiliza seus cidadãos. Isto é grave. Embora eu tenha poucos motivos para confiar neste Congresso que aí está, espero que vozes com bom senso se ergam para impedir este projeto de virar lei. Se virar, como todas as leis sem lastro na realidade, não será cumprida. E isto desmoraliza a democracia.

(Época)

Nota: O artigo de Elaine Brum é irretocável. Como ela falou na importância das boas tradições, quero acrescentar apenas uma passagem bíblica: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Pv 13:24); note que o motivo da disciplina é o amor e o filho deve saber disso. Na verdade, a palmada, para os pais que sabem impor limites aos filhos, é praticamente o último recurso disciplinar. Se aprovada, a “lei da palmada” revela uma tendência perigosa: a da intromissão cada vez maior do Estado em assuntos familiares, comportamentais (que não afetam a ordem pública) e mesmo sexuais e religiosos. Como disse na postagem sobre liberdade religiosa, dias piores virão.[Michelson Borges]

E ainda me perguntam por que não gosto de comédia romântica…

Comédias românticas podem oferecer 90 minutos de diversão descontraída, mas os filmes com finais felizes podem também ter um impacto sobre a vida amorosa real das pessoas, indicou uma pesquisa australiana. Uma pesquisa realizada com mil australianos descobriu que quase metade considerava que comédias românticas, com seus inevitáveis finais felizes, haviam arruinado sua visão de um relacionamento ideal. Um em cada quatro entrevistados disse que agora seus parceiros esperam que saibam o que estão pensando. Um em cada cinco entrevistados disse que os filmes fizeram seus parceiros esperarem presentes e flores. “Parece que nosso amor por comédias românticas está nos tornando uma nação de ‘viciados em finais felizes’. No entanto, a sensação calorosa e aconchegante que eles causam pode influenciar negativamente a visão de nossos relacionamentos na vida real”, disse a conselheira australianas em relacionamentos Gabrielle Morrissey. “Relacionamentos de verdade exigem trabalho, e amor verdadeiro exige mais do que fogos de artifício.”

(Yahoo Notícias)

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Isso apenas confirma o que foi comentado aqui e aqui. Eu já não gostava desse tipo de filme há tempos, agora é que gosto menos. As pessoas não têm mesmo noção do estrago que uma simples “diversãozinha” pode causar na mente de alguns, ocasionando sérios problemas nos relacionamentos amorosos presentes e futuros. Que Deus tenha piedade de quem vê esse tipo de filme, e ajude a mudar o gosto rápido. A coisa é mais séria do que imaginamos.

Sem tempo pra nada. Será?

Ultimamente venho me intrigando com uma coisa: muitas pessoas estão colocando em seus twitters, MSNs e orkuts coisas como “sem tempo”, “ocupadíssimo”, “não estou” (e com a bolinha vermelha de ‘ocupado’ no MSN), “não tenho tempo pra vir aqui”, e frases semelhantes.

Acho estranho por três motivos: 1) pra quer ficar colocando essas frases se ninguém te perguntou nada? Pra que dar esse tipo de satisfação; 2) você tem tempo, porque entrou no orkut, MSN ou twitter ao menos pelo tempo necessário para escrever a frase, e 3) quem não tem tempo MESMO nem entra nessas coisas (como eu, que pela manhã e à tarde, como estou no trabalho — e minha profissão não me permite nem um segundo de desatenção — não entro em nada dessas coisas).

Mas o que me chateia mesmo é ver essas pessoas, pouco depois de dizerem estar “sem tempo”, entrando (ou pelo menos dando notícia de que entraram) no MSN, batendo papo, olhando perfis no orkut, mandando recados e enchendo o twitter. Isso é estar sem tempo? Pra mim, de jeito nenhum. Mas parece que, “ter tempo” na nossa sociedade hoje é quase ser um vagabundo. Significa que você é um preguiçoso, que não faz nada. O legal é trabalhar o dia todo, e não ter tempo nem pra respirar. Família, amigos, lazer, Deus? Ah, isso fica pro final de semana, e olhe lá. O legal é ser workaholic! E por isso, mesmo a pessoa não estando tão ocupada assim, ela sente necessidade de avisar pros quatro ventos que está…

Mas eu peço licença pra discordar. Só porque eu trabalho das 8 às 17 e tenho a noite toda livre, isso não faz de mim uma vadia. Ter tempo não é pecado. Na verdade, não ter é que é; não ter tempo pra família, pro lazer, para Deus acima de tudo. Se você está deixando tudo isso de lado, aí sim alguma coisa está errada.

Não, eu não estou dando “lição de moral”, até porque fico muito tempo na internet e às vezes deixo Deus e meu esposo um pouco de lado. Isso é errado. E o que estou escrevendo aqui é pra mim, antes de ser pra qualquer outra pessoa. Sempre costumo falar isso nos posts, mas é verdade. A gente tem que dedicar tempo a quem realmente precisamos dedicar. Temos que ter prioridades.

E se você tem tempo livre, não se envergonhe disso! Não precisa ficar dizendo a todo mundo que está sempre ocupado, se não estiver. Isso não faz vergonha a ninguém. Ter tempo livre é uma bênção! Apenas precisamos usá-lo sabiamente. A começar por mim!

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