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Não morra por uma dieta

O post anterior me fez pensar nisso: se você quer ajudar outras pessoas que têm anorexia e/ou bulimia, que tal fazer um post em seu blog com o mesmo título deste e anexar o vídeo? O site http://www.dontdieforadiet.com foi desativado, pelo que pesquisei, mas nós podemos — e devemos — divulgar essa ideia: não morra por uma dieta!

Lute pela vida

Que eu sou contra a pressão da mídia pelo corpo perfeito, já deu pra perceber pelo que escrevo por aqui. Porém, parece que algumas pessoas não sabem é que eu sou contra a DITADURA DA MAGREZA e não tenho nada contra as pessoas que têm o corpo naturalmente magro. Não sei como alguém pode pensar isso a partir de meus textos, mas quero desfazer qualquer mal-entendido.

Dito isso, venho falar do que REALMENTE sou contra.

Gente, vocês realmente acham que isso é normal? Que é bonito? Nunca, né? E elas não são assim porque nasceram assim, elas se tornaram assim, caso contrário estariam desempregadas.

Sabe por que falo isso? Leiam aqui o que foi falado por algumas modelos (retirado de seus próprios blogs) após o falecimento de Ana Carolina Reston Macan, morta por anorexia nervosa:

1 – “Olá pessoal!!!
NF indo bem. O assunto hoje é outro. Nestes anos q passei entre a Ana e a Mia, já vi muitas garotas morrerem, o caso de Ana Caroline não foi o primeiro nem será o ultimo. Porque ninguém entende isso de uma vez? A verdade é triste e dói, mas é uma só.

Hoje fiquei uns minutos esperando na fila do banco,do meu lado havia uma menina pouca coisa maior q eu e muito, mas muito mais magra mesmo, e na minha frente uma senhora com o corpo q costumam dizer ‘normal’ a tal mulher reclamava de tudo até da cor do cabelo dos outros, de um momento pra outro começou dizer q a gente tem q se cuidar pra não morrer ‘Viu o caso da modelo né?’. Eu, como sou super ZEN, dei um sorriso e deixei ela falar, mas a garota não gostou muito do assunto e deu as costas pra ela, ignorando completamente.

Só estou dizendo isto pra vcs verem q não é motivo pra se assustarem, logo esse povo esquece.”

2 – “Não estou muito bem, psicologicamente e fisicamente falando… miando muito, as vezes comendo muito mais do q o humanamente aceitavel, outras ficando s/ comer.. tinha parado de fumar, de beber meus chás.. Eu odeio essa mídia maldita.. só fazem sensacionalismo em cima do sofrimento alheio e ainda chamam atenção p/ nós.. Tá todo mundo no meu pé.. minha ‘sorte’ é q engordei.. pq se não ia ouvir da minha mãe.”

3 – “Definitivamente agora eu me considero uma ana. Estou 4 dias sem comer e completamente sem fome e vontade de comer… Sabe o q me estimulou e ficar assim?? primeiro foi ler um blog de uma menina q estah no hospital por estar 3 semanas sem comer!! e outra… a modelo q morreu essa semana com 40kgs!! ok, deveria assustar, me estimulou… isso eh estranho demais… perdi 5kgs! estou secando… literalmente…”

4 – “Meu luto de ontem era óbviu né! pela modelo Ana Carolina Reston… ta q eu eu não conheci mesmo… ñ axo q o MÁXIMO disso é a morte ñ!! ela só keria ser PERFEITA… ñ queria morrer né!”

Glossário

NF – NF é No food (sem comida, em inglês), prática de cortar a alimentação por completo por alguns dias.

Ana – Ana é o apelido carinhoso com o qual as vítimas de anorexia se chamam. A anorexia é um distúrbio alimentar grave que faz com que meninas, mesmo magras, se sintam gordas.

Mia – Mia é o apelido carinhoso com o qual as vítimas de bulimia se chamam. A bulimia é um distúrbio marcado por episódios de compulsão alimentar seguidos de culpa.

Miando – Miar significa vomitar. As vítimas de anorexia e bulimia costumam vomitar para evitar que o organismo absorva os alimentos, muitas vezes ingeridos por pressão familiar ou para satisfazer momentaneamente a vontade de comer.


É contra isso que sou. Contra a magreza doentia, provocada, e contra o achar que isso tudo é muito natural. Andei pesquisando sobre o assunto, e quantos sites existem PROMOVENDO a bulimia e a anorexia! Isso me revolta e me entristece muito. Vejam o que encontrei num desses blogs:

eu quero morrer…..só isso q tenho a dizer.

não to bem.

não to com saco d falar nada.

só estou mto deprimida.

preciso emagrecer.preciso emagrecer.preciso emagrecer.

PRECISO ME LIVRAR DESSAS BANHAS NOJENTAS QUE ME FAZEM SER UM SER INFERIOR.

Fiquei preocupada e penalizada, imaginando quantas meninas assim estão a sofrer por aí. E quantas irão morrer por causa dessa maldita doença.

É muito triste. É culpa da mídia? É. É culpa de quem te cobra o tempo todo por um corpo “perfeito” (como se esse perfeito fosse algo bem definido e imutável)? Pode ser. Mas a culpa maior é da gente, mesmo. Ficamos nos cobrando essas coisas de forma doentia. Temos que cuidar da saúde, ter um corpo legal, temos que fazer exercícios e nos alimentar de forma balanceada. Mas não devemos nem entrar na neura que o mundo quer que a gente entre, nem fazer outros entrarem também. É loucura. Mata!

Por favor, se você tem esse problema, busque ajuda! Não se deixe levar pelo que dizem, não pense que está gorda, seu cérebro está enganando você! Somos lindos aos olhos de Deus, e se Ele nos vê assim, que importa o que dizem? Você não precisa perder peso para ser bonita, acredite, todos, TODOS temos uma beleza especial, única! Não queira morrer, lute pela vida! Clique aqui para saber onde encontrar ajuda. E assista esse vídeo:

Mal resolvida?

Às vezes as pessoas te alertam: “não faça/fale assim, senão vai parecer que você é ‘mal-resolvido’. Outras já xingam logo: “fulana é mal resolvida!” E todo mundo acha isso muito normal. Mas será que é mesmo?

Eu, por exemplo, acho que sou mal resolvida em algumas coisas. Peso é uma delas. Não queria ter o peso que tenho, mas, ao mesmo tempo, não aceito o preconceito – já sofrido por mim inclusive – que existe com quem está acima do peso, nem aceito a pressão para se ter a ‘imagem’ do momento, aquela constantemente bombardeada pela mídia, que dita que as belas são as magrinhas. E por não concordar com isso, falo muito sobre o assunto, aqui e mais ainda no twitter. Coisa que já fez gente “irritar-se” comigo.

Mas eu pergunto: e daí se sou mal resolvida? Há algum problema nisso? Todo mundo tem alguma coisa mal resolvida em sua vida:

  • Sexualidade: não tem nem o que falar
  • Casamento: mostram-se felizes com a decisão de casarem, mas no fundo não estão muito certos quanto a isso
  • Solteirice: mostram uma felicidade por ser solteiros que não existe quando estão sozinhos em casa
  • Questões acadêmicas: fingem que não se importam, mas queriam ter feito faculdade, ou outro curso diferente do que fizeram, ou um mestrado
  • Questões profissionais: não gostam da profissão que escolheram, queriam ter seguido outro rumo

E o pior é que, semelhantemente à questão da baixa autoestima, as pessoas usam o “ser mal resolvido” como crítica, quando não usam como xingamento. Quando alguém é bem resolvido com muita coisa, quando tem autoestima elevada, não vejo problema em elogiar-se isso. Mas não creio ser saudável criticar/xingar quem tem baixa autoestima, bem como quem é, segundo eles, “mal resolvido”. É terrível para alguém ter baixa autoestima ou ser mal resolvido em relação ao que quer que seja, e, como se não bastasse isso, ainda ter que ouvir o tempo todo – não como forma de alerta ou de tentar ajudar, e sim como uma pressão para mudar imediatamente, ou como um insulto – que você é/tem todas essas coisas.

Se um dia eu for apresentada a alguém que é bem resolvido com relação a tudo – quero dizer TUDO MESMO – em sua vida: aparência, estado civil, profissão, etc., eu mudo minha opinião. Mas até lá, continuo com a que tenho agora. E faço um apelo: se você conhece alguém mal resolvido e/ou com baixa autoestima, primeiro analise se você não é assim também. E só depois vá falar com ela. Mas com amor, com carinho, no intuito de ajudar, e não apenas criticar, deixar a pessoa super magoada, e sair ileso, como se nada houvesse acontecido. E lembre-se: sempre seremos mal resolvidos em relação a algo. Fôssemos perfeitos e adorássemos tudo em e sobre nós mesmos, sem achar que em nada precisamos mudar, e já estaríamos no paraíso. Ou no inferno…

Mulher, trabalho, filhos…

Muito se falou e ainda se fala sobre a mulher que não quer ter filhos. Alguns chegam a dizer que são egoístas, que só pensam em si mesmas e por aí vai. Então, imagina-se, o que se espera de uma mulher, segundo estes, é que tenha filhos. Mas ei, alto lá. Não é só isso que se espera. Querem também que os filhos sejam limpinhos e bem-educados. Essa é a regra: você, mulher, tem que parir, e seus rebentos precisam ser anjos de candura.

E quem diz estas coisas? Aquelas que dizem que as que não querem ter filhos são egoístas. E ainda dão a receita do bolo: o negócio é você se dedicar a eles, não trabalhar pro resto da vida, porque aí terá filhos excelentes! E elas, realmente, não trabalham. Algumas podem se dar ao luxo de fazer isso, pois deram o golpe do baú têm maridos ricos, e vivem que nem dondocas, cujas únicas atividades são fazer compras, falar e ler futilidades e cuidar dos pimpolhos. Outras não têm tanta condição assim, e agem dessa forma porque creem piamente que é o melhor.

Mas o que tenho visto é exatamente o contrário. Conheço algumas mulheres (não vou dizer quem são nem como as conheci, óbvio) que não trabalham, muitas inclusive porque creem que “assim é o melhor”, quando não chegam a soltar o ridículo “é a vontade de Deus”. Tais mulheres frequentam reuniões femininas, que supostamente as ajudariam a ser melhores esposas e mães. Porém, apesar de tudo isso, algumas delas têm filhos que são verdadeiras pestes, com o perdão do termo. Crianças para as quais escovar os dentes é atividade semanal, e não diária (podem deixar cair o queixo, eu também fiquei assim quando ouvi), que dormem mais tarde que eu e que assistem programas de tv no mínimo inapropriados para suas idades.

Enquanto isso, conheço outras tantas que trabalham fora (claro que algumas têm a bênção de ter pais ou sogros por perto, mas mesmo assim…), mas que também se dedicam ao esposo e aos filhos, cujas crianças, essas sim, são educadas, estudam direitinho e são limpinhas. Ah, e só assistem programas adequados pra elas, dormindo bem cedo. Não são perfeitas, claro, mas estão a anos-luz de distância daquelas, cujas mães acreditam estarem fazendo o que Deus quer.

Minha mãe sempre trabalhou fora, e faz isso até hoje. Não só pra ajudar no orçamento, mas porque se realiza no que faz. Eu creio que a mulher, quando decide ter filhos, tem que maneirar no trabalho. Principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Isso, inclusive, foi minha mãe que me ensinou — e fez. Mas não precisa deixar de trabalhar eternamente. O trabalho nos faz sentir úteis, é uma verdadeira terapia (quando trabalho não me concentro nos meus problemas, mas nos dos outros, que eu tenho que resolver, e isso alivia a mente, além de nos ajudar a ser menos egoístas), nos dá o sustento e nos realiza. Será que só o homem pode se sentir realizado e a mulher não?

Eu não sou feminista, como sempre falo. Também sou contra essa ideia da super-mulher: tem que ser ótima profissional, excelente mãe, esposa inigualável, e, claro, manter-se sexy 24 horas por dia. Isso é impossível. Ponto. Mas se a mulher quer se realizar fazendo algo de que gosta e ainda ganhando por isso, e quer também ser mãe, quem somos nós para impedí-la ou criticá-la? Conheço várias, imperfeitas, sim, mas que estão se saindo muito bem nas duas tarefas, enquanto que aquelas que pensam estar fazendo o melhor, por ficarem em casa, estão é prejudicando os filhos. Não todas, mas muitas sim…

A própria Bíblia fala da mulher que trabalha (e por isso que acho ridículo quando se diz que Deus não quer isso): “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho” (Provérbios 31:16). Aqui a Bíblia fala da “mulher virtuosa”. Ela compra uma propriedade, planta uma vinha com as rendas do seu trabalho! Eu não precisaria falar mais nada, mas cito novamente Provérbios 31: “Cinge os lombos de força e fortalece os braços. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite…não come o pão da preguiça” (versos 17, 18 e 27). Então, parem de usar Deus e a Bíblia como desculpas para sua falta de vontade…

E quanto àquelas que não querem ter filhos: será que são tão egoístas como se pinta? Ou mais egoísta é a mãe que tem filhos, fica o tempo todo em casa, mas não se dedica de verdade às suas crianças, que muito em breve, se a situação não mudar, tornar-se-ão insuportáveis? De nada adianta não trabalhar, mas ficar em casa sem fazer nada, “comendo o pão da preguiça” e achando que educar é igual a deixar os filhos fazerem o que querem. Melhor não ter filhos do que tê-los e deixá-los por conta própria. Isso sim é que é errado.

Quando a beleza se torna um problema de trabalho

Antes de mais nada, preciso dizer que não sou feminista. Não concordo com essa filosofia de vida, corrente de pensamento, ou o que quer que seja. Mas não apoio o sexismo, não concordo com “essa batata frita é de menino e aquela, de menina” , nem acho certo tratarmos homens e mulheres de forma diferente na questão profissional. Ainda por cima, me incomoda muito a preocupação exagerada com a aparência que existe hoje em dia, tanto que sempre comento isso aqui. Por isso tudo, resolvi reproduzir aqui uma entrevista feita pela jornalista Letícia Sorg, da revista Época, em que ela conversa com Deborah Rhode, uma advogada americana que defende a criação de uma lei para proteger as pessoas da discriminação pela aparência.

Leia e comente!

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A advogada americana Deborah Rhode, autora do livro The Beauty Bias (algo como, O preconceito da beleza), defende que é preciso criar uma lei que proteja as pessoas de serem discriminadas, no ambiente de trabalho, por causa de sua aparência. Ela revela que, nos Estados Unidos, ser mais bonito (ou mais alto, no caso dos homens) pode significar ganhar 16 mil dólares a mais por ano – sem que isso tenha qualquer relação com ter mais competência. E que a aparência física pesa muito mais para as mulheres do que para os homens. Deborah, que é professora de Direito na Universidade de Stanford, afirma que elas sofrem quando se cuidam menos do que a sociedade espera e também quando se cuidam mais do que a média. E como adivinhar quanto é pouco e quanto é muito? Haja jogo de cintura e paciência…

Deborah afirma que as mulheres têm menos escolha quanto à própria aparência do que imaginam. Usar ou não salto alto e maquiagem pode não ser uma questão de gosto pessoal: pode ser uma exigência social e uma espécie de código não-explícito ou explícito de conduta no trabalho.  De fato, há casos em que o salto é parte do uniforme. E quem já não viu recepcionistas padronizadas com a mesma cor de sombra nos olhos? Até que ponto os empregadores devem ter direito de exigir certos padrões de aparência e cuidados?

Entrevistei Deborah para entender melhor o que é esse “preconceito da beleza” e publico no Mulher 7×7 de que forma esse problema afeta especialmente as mulheres. Leia a entrevista publicada na edição impressa de ÉPOCA.

Como a senhora decidiu escrever sobre o “preconceito da beleza”?
Deborah Rhode –
Eu presidia uma comissão sobre mulher e trabalho da American Bar Association (o equivalente americano à OAB) e estava em um evento em Londres.  O encontro estava acontecendo em vários lugares da cidade e uma ameaça de bomba paralisou o metrô no dia aniversário da Rainha Mãe. O trânsito estava horrível e não havia nenhum meio de transporte público para ir de um lugar para outro. Então, notei que estava rodeada por mulheres muito bem-sucedidas, mas reduzidas a cacos por causa de seus sapatos. Elas não conseguiam andar nem uns poucos quarteirões e me dei conta da ironia da situação. Senti empatia por aquelas mulheres naquele dia em Londres. Eu tive sorte porque tinha um sapato confortável dentro da bolsa. A desigualdade nos sapatos é uma pequena desigualdade que mantém as mulheres para trás. Nesse caso, literalmente. Então, comecei a notar nos tabloides, na viagem de volta para casa, que nenhum anúncio de calçado mostrava algo remotamente confortável. Se os homens podem ser sexy sem a ajuda de um sapato, por que as mulheres não podem?

Então, tendo todo o tempo de um voo transatlântico, escrevi um artigo satírico para o New York Times. Nunca tinha tido tanto retorno! As pessoas me mandaram suas histórias com sapatos, com as dores no pé e nas costas. Descobri que 80% das mulheres têm problemas no pé ou nas costas, a maioria relacionada aos calçados que usam. As mulheres fazem isso a si próprias, é verdade. Mas há uma questão cultural por trás do problema. Todos os direitos pelos quais as associações de direito da mulher têm lutado nos últimos 25 anos não foram suficientes para tornar os gêneros mais iguais. Sob alguns pontos de vista, as coisas só têm piorado. Estudos feitos nos Estados Unidos mostram que mais mulheres estão insatisfeitas com sua aparência agora do que há alguns anos. E um número maior sente uma pressão social para se submeter a práticas estéticas nem sempre saudáveis. Este é um mundo que gasta 200 bilhões de dólares por ano em produtos de beleza, muitos classificados por dermatologistas como fraudes. Eu me interessei em entender, do ponto de vista cultural, o que está motivando o nosso excesso de preocupação com a aparência. Quais são os custos sociais que isso tem e o que podemos fazer a respeito em termos de legislação.

A senhora afirma que as mulheres são as principais vítimas do preconceito de aparência. Por quê?
Os homens sofrem também com o problema, especialmente os mais baixos ou acima do peso. Mas as mulheres são mais prejudicadas porque os padrões estéticos são mais limitados e o preço por não atingi-los é maior. Elas são punidas por não se preocupar o suficiente e também por se preocupar demais com a aparência. Quem exagera nos cuidados é tido como narcisista, fútil. Quem se importa de menos é tido como preguiçoso, não profissional. Em minha opinião, a sexualização da mulher é uma maneira de puni-la, de diminuí-la no ambiente de trabalho. Um dos muitos exemplos que dou no livro: certa vez, Hillary Clinton (secretária de Estado americana) foi criticada por ter um quadril muito grande. Também vimos comentários sobre a aparência de Elena Kagan, nomeada para a Suprema Corte dos Estados Unidos. Como se ser atraente fosse uma credencial para fazer parte da Corte Suprema. Nenhum indicado homem teve de falar a respeito disso em sua sabatina no Congresso.

Recentemente, uma ex-funcionária do Citibank decidiu processar o banco alegando que foi demitida por causa de sua aparência, sensual demais. As belas também sofrem?
Em algumas funções, geralmente as de alto escalão, antes ocupadas quase totalmente por homens, mulheres muito sexy ou atraentes não são consideradas inteligentes o suficiente. Elas também são julgadas por suas medidas, não por seus méritos.

A senhora já sentiu na pele o “preconceito da beleza”?
Eu estava organizando um encontro sobre igualdade de gênero e trabalho e  imagem dos palestrantes, a minha inclusive, ia ser projetada em um telão durante o evento. Minhas amigas, então, ficaram muito preocupadas em como eu ia aparecer e queriam contratar uma pessoa para me ajudar a comprar roupas, fazer maquiagem, mudar o cabelo. A ironia é que eu, como organizadora do evento, não tivesse uma única roupa que se ajustasse à ocasião. A situação toda foi um tanto ridícula, mas eu sabia que elas tinham uma boa intenção. Então, do meu bolso, paguei por um novo visual. Dou risada agora ao pensar que, ao assumir cargos administrativos, as pessoas me incentivavam a ir fazer compras. Diziam: “Você tem que se preocupar mais com isso!”. Eu me enquadrei, como muitas pessoas, a essas exigências do trabalho. Mas hoje estou numa posição muito confortável (como professor universitária) porque os alunos realmente não ligam para a minha aparência. Ainda tenho as roupas que uso em ocasiões especiais, mas não uso mais sapatos desconfortáveis.  Mas, depois de saber de todos os problemas nos pés e na coluna causados pelos sapatos, peguei todos os sapatos com saltos muito altos e doei para a caridade. Agora só uso sapatos com os quais eu realmente consiga andar.

Estava dando uma outra entrevista e a jornalista me disse: “Gosto de salto alto. Ele me faz me sentir sexy e bonita nas fetsas”. Eu disse: “Ótimo”. Desde que seja uma escolha pessoal, não algo imposto por seu patrão e necessário para a sua avaliação como profissional.

A senhora se submete a algum tratamento de beleza?
Faço luzes no cabelo. Mas pretendo resistir às tentações do botox e dar um bom exemplo. De qualquer maneira, o problema não são as escolhas pessoais, mas as pressões sociais. Qualquer que seja sua escolha, você pode fazer a sua parte para promover uma sociedade que não imponha punições baseadas na aparência.

Há saída para as mulheres, já que elas são punidas por não seguir ou por seguir os padrões de beleza?
Acho que temos que questionar o que considerar quais são as nossas preferências pessoais. Quem estamos tentando agradar com elas? Temos também que nos educar sobre as imensas quantidades de dinheiro que gastamos com cosméticos que não funcionam. Uma vez comprei um pote de creme que custava 55 dólares. Aquela foi a última vez que fiz isso. Temos que estar conscientes dos riscos das cirurgias plásticas, dos riscos do efeito sanfona no peso. As mulheres têm que entender que não se trata de um problema pessoal, delas com seus próprios corpos, mas social e político.

O movimento feminista ajuda as mulheres a lidar com a pressão pela aparência?
A história de que feministas teriam ateado fogo a sutiãs em frente a um concurso de beleza – na verdade, eles foram depositados junto com itens de maquiagem e outros acessórios numa lata de lixo – gerou a ideia de que as feministas eram feias e desajustadas. Hoje algumas feministas veem a aparência como parte da atitude de mulher, uma questão de escolha. Outras, porém, dizem que as escolhas são culturalmente restritas. Não há uma posição coerente a respeito do assunto. As feministas estão divididas entre usar ou não usar salto alto, Botox e silicone. Para mim, a preocupação com a aparência não é só uma questão de escolha pessoal. Temos de pensar nas limitações impostas pela sociedade e na maneira como as pessoas são punidas por não segui-las; no preço que pagam, financeira e psicologicamente, por não se preocupar com a aparência na medida que a sociedade espera. É importante fazer as pessoas perceber os aspectos perniciosos dessa preocupação e que é possível fazer algo para mudar. Seja uma lei, um boicote permanente, outras formas de políticas públicas. Não me iludo com o que podemos ou não mudar por meio dessas ações, mas podemos fazer muito mais do que fazemos agora.

“Não sou a Lady Gaga”

Nunca fui fã de Sandy. Nunca gostei de suas músicas, acho a voz dela enjoada e com certeza achei muito esquisito o marido dela ter passado a noite de núpcias atualizando o twitter. Também não achei muito legal o fato de ela ter falado para todo mundo que ia casar virgem e depois reclamar que estavam pegando muito no pé por causa disso. Se não quisesse que pegassem no pé, não devia ter falado tanto acerca de algo tão íntimo e que só diz respeito a ela.

Mas acontece que não concordo com o que dizem sobre ela ser sem graça e sem sal, não apenas porque casou virgem — que é algo que eu apoio, com o que concordo plenamente e ninguém deveria recriminá-la por isso — , mas também por causa do jeito dela. Cada um tem seu jeito, que deve ser respeitado. Se ela fosse tipo Britney Spears ou Lindsay Lohan, o pessoal iria criticar porque ela seria doida. Como ela é calma, “na dela”, criticam também. Fica difícil!

Há algum tempo, li uma entrevista dela, e queria ter escrito um post aqui no blog antes, mas só agora apareceu a oportunidade. Ao ler essa entrevista, pude conhecer mais sobre Sandy, e assumo que me compadeci da “perseguição” que sofre. Até acho que mudei um pouco os conceitos que tinha sobre ela.

Gostei bastante dessa parte da entrevista (meus comentários estão em laranja):

Aí vem a adolescência e outro peso recai sobre você: atitude. As pessoas querem que você tenha mais atitude.

Eu não fui rebelde mesmo, assumo, eu não fui uma adolescente rebelde. Daqui a três anos eu terei 30 e não fiquei rebelde ainda. Eu tinha a vida que… Não precisava reivindicar nada, minha convivência com meus pais era fácil, tranquila, eu tinha liberdade. E se por um lado eu era criticada por ser comportada demais, por outro fui exemplo para famílias. As mães vinham dizendo: “Nossa, você é um exemplo para minha filha.” [Nossa, ser criticada por ser “comportada demais” é o cúmulo para mim. Existem pessoas comportadas, que se dão bem com os pais, sim! Você não precisa ser uma rebelde na adolescência para vivê-la em sua plenitude! Não sei por que o povo se irrita com quem não é rebelde].

Mas isso não tem glamour.

Pois é, não tem glamour para as pessoas, isso é brega. [Verdade, o que é uma pena…]

Aliás você tem pais que não se separam, você não briga com seu irmão, tudo que parece muito desinteressante para a mídia, não é?

Para a mídia e para o público, já que a mídia publica aquilo que o público procura. Não é interessante mesmo, pois é, minha vida é chata. Não tenho vida de artista, tenho vida de gente normal. [Que interessante a mídia! Querem ver sangue, miséria, tragédias. Quando o artista não dá isso, é “sem graça”. E quando dá, é criticado da mesma forma. Vai entender!]

Bom, não sei se vocês vão concordar comigo, mas também não é para isso que estou escrevendo esse post. Continuo não-fã da Sandy, continuo não ouvindo suas músicas, mas passei a vê-la de outra forma. Eu não gostaria de ser criticada porque fui uma adolescente comportada, porque me dou bem com meus pais ou porque casei virgem. E o interessante é que acabei encontrando coisas em comum com alguém de quem nunca fui admiradora. Gostei…

(Leia a entrevista na íntegra aqui)

Chocolate versus TPM

Muita gente tem uma vontade louca de comer chocolate — especialmente na TPM. Eu sou fã do dito cujo, mas venho tentando reduzir consideravelmente sua ingesta: além de gorduroso, o chocolate tem muito açúcar. E o que as pesquisas vêm mostrando é que o que faz bem pra saúde é aquele que tem mais cacau, e que é amargo.

Mas pensando nessa questão da TPM, resolvi postar aqui hoje. Será que o chocolate ajuda mesmo? Aparentemente, sim. Mas a verdade é que é algo paliativo apenas. Veja os seguintes textos:

Regimes de poucas calorias são fatais para quem sofre de TPM. Isso porque o organismo reage diminuindo sua taxa metabólica, isto é, desacelerando a queima de nutrientes do mesmo jeito que a gente desacelera um automóvel para gastar menos gasolina. Desacelerada e impedida de cometer seus pecadinhos diários, a pessoa sente que não é a mesma. Que está mal, passando fome, e está. E já não se reconhece. Aí dá uma angústia que vai indo, vai indo e de repente a joga de cabeça nos sorvetes, biscoitos, doces e massas – sem falar no chocolate.

Chocolate e magnésio são interligados; uma ânsia incontrolável por chocolate pode estar mostrando deficiência de magnésio, em que o cacau é relativamente rico, mas não a ponto de servir como remédio, infelizmente…

(…)

AÇÚCAR faz desperdiçar cálcio, magnésio e vitamina B no processo metabólico. Açúcar em excesso (e o que é excesso varia de pessoa para pessoa) produz sintomas de hipoglicemia e conseqüentemente ansiedade, depressão e desejo de mais açúcar.

(…)

CAFEÍNA aumenta a tensão e a sensibilidade, agrava
a hipoglicemia e chateia o fígado, que já pode estar pra lá de chateado nessa ocasião.

Comer alimentos ricos em fibra é fundamental para auxiliar a eliminação das fezes, e do estrogênio junto com elas (http://correcotia.com/mulheres/tpm.htm).

Interessante, não?

E quer dizer desse?

A predileção por chocolate, ou açúcar, deve ser substituída por frutas ou mel natural, que não provoca cólica e nem retenção de gases. Na verdade, o chocolate só agrada sua alma e é até contra indicado nesse período do ciclo. Certamente nenhum médico lhe recomendaria tratamento à base de chocolate ou similar, mas um pouco de “agrado” e carinho nesse período é fundamental para melhorar o estado de espírito (http://cliquesaude.com.br/chocolate-e-tpm-por-que-ele-e-o-melhor-amigo-dessas-horas-694.html).

Portanto, pra ter boa saúde na TPM, evite o chocolate e prefira tudo que for mais leve. Se você clicar nos links que postei, vai ler as matérias completas e aprender mais sobre o que comer e o que evitar nesse período tão crítico da vida de tantas mulheres. Confira 😉

Resposta ao post

Eu não queria ter que escrever um post pra explicar outro, mas como parece que é o melhor, resolvi escrever este para esclarecer umas coisinhas em relação ao post anterior:

  1. eu nunca neguei o fato de que há, sim, homens que têm medo de mulheres que são inteligentes, têm uma carreira, etc. etc. Apenas afirmei que, na realidade em que estou inserida, o que vejo é diferente. O que vejo são homens interessados em mulheres cultas, e com quem eles possam conversar sobre tudo. Claro que há homens imbecis o suficiente pra desprezarem mulheres assim, mas duvido muito que sejam 99,99% de todos eles, e a gente também tem que saber onde procurar…
  2. muitas vezes temos que admitir também que o problema está com as mulheres. Não sou partidária daquela ideia que muitas possuem de que o culpado por todos os problemas das mulheres são os homens. Às vezes o problema da mulher é ela mesma, e a forma como encara a vida. O que tenho observado são mulheres que dizem não estarem nem aí pros homens porque o que importa é a carreira, e depois ficarem reclamando de sua solteirice e chorando pelos cantos porque não têm namorado. Ou seja, incoerência total. E ainda falam que os homens não as querem porque são muito poderosas. Poxa, cansei dessa história chata, de verdade. Como bem disse a Madi no twitter, parece que, na verdade, o que existe é medo de sofrer, e eu até diria falta de confiança em si mesma e baixa autoestima, que as faz se esconderem sob essa máscara de “poderosas” dizendo que ninguém as quer pois são assim, quando na verdade estão desesperadas por um verdadeiro homem que as ame. Não entendem porque não se dão bem nos relacionamentos, e em vez de olharem para si mesmas (porque pode sim ser algo errado com você), preferem olhar para o homem: culpam outro, e ainda se elogiam, porque necessitam, de algum modo, se sentirem bem consigo mesmas: é, a culpa é dele, não me quer porque sou poderosa!

Não há nada de errado em querer um companheiro de toda uma vida. Mas também não há nada de errado em querer ter sua carreira e ser bem-sucedida nela. O problema é que algumas mulheres pensam que não se pode ter as duas coisas, ou que se você é ótima profissional vai ser solteira, e se for casada é porque é apenas uma boa dona-de-casa. Acordem, do mesmo jeito que existem mulheres inteligentes e bonitas (porque há pessoas que pensam que ou se é inteligente, ou bonita, nunca as duas coisas), existem aquelas felizes no amor e na profissão que escolheram. Uma mulher que tem família não é necessariamente uma tonta que nunca quis fazer faculdade, e uma mulher feliz na profissão não tem necessariamente que ser solteira pro resto da vida.

Não vou retirar nada do que disse, porque realmente creio no que postei. Apenas gostaria que, em vez de se tornar polêmico, esse post servisse pra nos fazer pensar! Só isso…

Mulheres maravilhosas

Ontem eu já estava pensando em abordar esse assunto aqui no blog, mas ainda não sabia como. Aí hoje cedo me deparei com esse texto. E veio a ideia que faltava! Na verdade, ainda quero escrever um post só sobre baixa autoestima, e como isso se relaciona com inveja e comparações. Mas aqui já vou começar a dar uma pincelada, só que tendo como ponto de partida um certo mito — pelo menos a meu ver — com relação às mulheres.

Eu não vou colocar o texto do post que citei aqui. Desculpem-me mas o espaço já é pouco, eu já escrevo demais, e ainda por cima não dá pra ficar pondo aqui um monte de baboseiras coisas com as quais não concordo. Portanto, se vocês quiserem saber melhor sobre o que ele fala, cliquem no link, please.

O fato é que, resumidamente, o texto diz que 99,99% dos homens (ao que parece, a autora quis ser boazinha com eles) não podem lidar com a “inteligência” e o “poder” das mulheres maravilhosas (que, segundo ela, são aquelas que “Saíram da barra da saia dos pais e das mães, estudaram enquanto moravam sozinhas e trabalhavam, e ainda encontravam tempo para receber os amigos e colegas em sua casa ou apartamento de estudantes…tinham namorados quando eram jovens. Mas parece que não dava certo, parece que nunca estavam no mesmo tempo. Elas, sempre à frente. Se formaram…trabalharam mais do que escravas…” e mais um monte de blá-blá-blá).

Uma das mulheres que comentaram o texto perguntou algo muito inteligente: “Estou ficando cansada dessa história que porque somos tão maravilhosas estamos sozinhas… porque não encontramos esse 0,01% que nos banque… Homens, vcs realmente concordam com isso? Vcs não podem com a gente? Vcs realmente fogem no primeiro sinal de dificuldade? Esquecemos o significado das palavras “construir” e “juntos”?”

Isso me levou a uma série de questionamentos, que se uniram aos que eu tinha desde ontem. Se as mulheres “modernas” e “liberadas” levam tanto em conta a carreira, a profissão, o trabalho, se isso é o que realmente é mais importante — e segundo o texto em questão é — por que elas vivem lendo livros toscos estilo “como agarrar seu homem”, se queixam incessantemente de que estão carentes, de que o relógio biológico está “tocando”, e no dia dos namorados choram que nem condenadas, agarradas a um urso de pelúcia e uma caixa de chocolates? Não parece um contra-senso?

Mas aí vem a ‘sábia’ autora do blog citado e responde: é porque somos lindas e maravilhosas e os homens, esses covardes, morrem de medo de nós! Cá entre nós, não concordo plenamente, e depois vou comentar sobre, mas com essa atitudezinha boba de “mulheres são melhores que homens” — que nunca leva a lugar nenhum, pois não somos melhores que eles nem eles são melhores que nós, e essa é uma discussão em que nunca se chega a denominador comum, ou seja, perda de tempo — aí é que os homens se afastam mesmo. Você iria gostar de ser criticada o tempo todo e ainda ter que dar atenção a essa pessoa que te critica? Pense…

Pois bem, mas ao refletir no assunto, me veio um pensamento, que passou a ser recorrente nos últimos tempos, pois não só a mulher que escreveu o texto como boa parte da mídia e da sociedade pensam dessa forma (mulheres ‘poderosas’ dão medo nos homens): então quer dizer que não sou maravilhosa, linda, inteligente, culta, esforçada? É isso? Pois se namorei, noivei e casei, sendo que quase 100% dos homens temem mulheres com as características que citei, isso quer dizer que provavelmente não tenho nenhuma ou quase nenhuma delas.

Chega a ser patético quando penso que essa ideia passou pela minha cabeça. Mas sim, passou. Eu, infelizmente, ainda me incomodo muito com opiniões alheias, com o que o outro pensa. Pra muitos — e eles estão certos — eu nem deveria me dar ao trabalho de pensar nessas coisas, que dirá de me achar tosca porque casei, ou seja, um homem me quis, então não devo ser tão “maravilhosa”.

Aí, comecei a analisar minha vida: me casei aos 28 anos, idade com a qual uma mulher “maravilhosa” deve estar concluindo seu Ph.D., não é mesmo? Sim, porque senão não é poderosa (estou sendo irônica, pra quem ainda não notou, até porque muitas dessas mulheres que se auto-denominam ‘poderosas’ talvez nem tenham terminado a faculdade). Mas antes de casar, eu fiz Medicina, numa universidade federal (não que meu curso ou a faculdade em que o fiz sejam a coisa mais importante pra mim, mas menciono pra que se entenda meu ponto de vista). No último ano, num dos estágios (onde temos vivência com comunidades distantes das grandes cidades para melhor entendermos como funciona o Programa de Saúde da Família nelas), tive que morar, por dois meses, numa casa com vários outros estudantes da área de saúde, numa das cidades da PB mais distantes da capital, João Pessoa. Depois que me formei, me mudei para a cidade onde meu noivo estava estudando, pois queria logo arranjar emprego e alugar um apartamento. Morei sozinha por dois meses, antes de casar.

Talvez eu não tenha “saído da barra da saia dos meus pais” tão cedo, talvez não tenha tido tanta experiência em morar sozinha, talvez tenha me casado “cedo” para os padrões atuais, e por causa deles mesmos, não seja considerada “poderosa” por não ter um mestrado, pelo menos. Mas eu sou alguém, tenho valor, sou inteligente, culta, esforçada e independente, não preciso do meu esposo para pagar minhas contas, posso até dizer que não preciso dele para viver, no sentido de que consigo me virar sozinha. Estou com ele porque quero, e porque o amo, acima de tudo.

E não só eu, mas amigas e primas que tenho, que são casadas, algumas até têm filhos, e são profissionais bem sucedidas, que estudaram e ralaram muito pra chegar onde estão hoje — todas nós somos provas de que os homens DE VERDADE gostam mesmo é das inteligentes, daquelas com quem podem conversar sobre qualquer coisa, daquelas que são esforçadas, trabalham fora, e eles nunca vão pensar que elas estão com eles porque querem dar “o golpe”, e sim porque o amam. Ou seja, o que quis dizer com toda essa conversa que já cansou vocês é que a teoria da moça que citei lá em cima é FALSA. Eu e outras mulheres que conheço somos prova disso.

Além do que, temos que rever esse conceito de “poder”: não é só “poderosa” ou “maravilhosa” aquela mulher que fez mil mestrados e três mil doutorados (eu escrevi mais sobre isso aqui). Nem também o é aquela que acha o máximo sentir que está “subjugando” o homem. Isso é apenas fazer com eles o que tanto odiamos. Queremos que alguém esteja conosco por medo ou por amor?

Homem que é homem gosta de mulheres interessantes. Aqueles que não gostam, eles é que têm algum problema. Ou não, e deram o azar de encontrar pela frente uma mulher tão “poderosa”, que acha que a carreira é a coisa mais importante da vida e tão cega por estereótipos e ideias mentirosas (que mais parecem ter sido tiradas de livros femininos de autoajuda) que não o assustaram, mas o rejeitaram, humilharam, destrataram. E nenhum  homem ou mulher saudável vai querer alguém tão chato assim por perto.

Por isso, antes de colocar a culpa nos homens, ó mulheres maravilhosas, olhem para si mesmas. E talvez assim consigam ser finalmente felizes.

Duração do relacionamento x auto-conhecimento

Tava vendo o twitter esses dias e encontrei, no da revista LIFE, um link que mostra fotos de casais cujos casamentos foram alguns dos mais curtos que já se viu. Coincidentemente (e não coNHEcidentemente, como alguns insistem em escrever), me deparei tanto por email como por twitter com um texto interessante do dr. Gary Chapman, que traduzo aqui para vocês lerem também:

A maior felicidade da vida é encontrada em boas relações, e dor mais profunda da vida encontra-se em relacionamentos ruins. Se você se sentir amado por sua mãe, então o relacionamento materno traz sensações de conforto e encorajamento. Por outro lado, se o seu relacionamento com seu pai é fraturado, você provavelmente sofrerá sentimentos de abandono.

Muitos adultos já se sentiram rejeitados por um ou ambos os pais. Em meu livro “As cinco linguagens de amor para solteiros” , uma das idéias que eu discuto é a forma como a compreensão das cinco linguagens do amor pode ajudar os solteiros a estabelecer ou restabelecer uma relação mais positiva com os pais. O amor detém o maior potencial de cura do passado e de criar um futuro melhor.

Algum tempo atrás, eu estava falando em uma penitenciária estadual sobre o tema das cinco linguagens do amor. Eu me inclinei a ajudá-los compreender porque é que eles se sentiram ou não amados por seus pais. Quando abri espaço  para perguntas ou comentários, um jovem disse: “Eu quero agradecer a você por ter vindo. Pela primeira vez na minha vida eu percebi que minha mãe me ama. Minha linguagem do amor é o toque físico, mas minha mãe nunca me abraçou. Na verdade, a primeira vez que eu lembro de ter recebido um abraço dela foi no dia em que parti para a prisão. Mas, eu percebi que ela falava um pouco de outras linguagens de amor. Ela era realmente estava me amando. Eu só não entendi ” .

Você vê, a maioria dos pais honestamente tem o desejo de comunicar amor a seus filhos, mas a menos que estejam conscientes de que há diferentes linguagens do amor para pessoas diferentes, elas tendem a expressar o amor através da sua linguagem de amor própria. Não é que eles não te amem, mas em vez disso, não sabiam como expressar o amor de uma forma que fizesse você se sentir amado. Através da compreensão das linguagens do amor, você pode descobrir que seus pais realmente te amam.

Se você é solteiro(a) ou casado(a), você pode considerar fazer a avaliação de linguagem de amor para solteiros para descobrir como você prefere receber o amor dos outros, e neste caso, de um dos pais. Você pode descobrir que os resultados trazem a cura para um relacionamento magoado do passado, bem como lhe darão algumas dicas para um melhor futuro.

Aqui no blog, eu já falei sobre as tais Cinco Linguagens do Amor. O bom mesmo é ler o livro dele, pra entender bem a coisa toda. E lá não há testes, você vai se descobrindo ao ler. Não é autoajuda, é um livro de um conselheiro com experiência vasta que, através de uma perspectiva cristã, nos ajuda no processo do auto-conhecimento, algo que é tão importante para desenvolvermos e mantermos relacionamentos.

Mas o que isso tudo tem a ver com a notícia da LIFE? Tem que, se nos conhecêssemos melhor, se soubéssemos como gostamos de dar e receber amor, muito casamento não precisaria ter escorrido pelo ralo do divórcio. As cinco linguagens do amor não são um milagre que pode restaurar qualquer relacionamento em perigo. Mas ajudam [muito] a evitar vários problemas. Quando a gente se conhece, quando a gente entende como gostamos de amar e ser amados, a coisa melhora bastante. Experimente!

Em breve, mais um texto sobre relacionamentos. Aguarde 😉

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