Hoje o post não vai ser sobre relacionamento, comportamento, aconselhamento e nem vou dar “meu pitaco” sobre algo que aconteceu no Brasil ou no mundo. Hoje eu apenas preciso desabafar…
Quem me conhece sabe que eu sou muito crítica, não só comigo mesma, mas com os outros. Eu poderia culpar meu temperamento por isso: sou melancólica, e uma das principais características de quem é assim é exatamente a crítica. Mas eu sei que o problema sou eu mesma.
Podem até dizer que, se for construtiva, a crítica é boa. Mas eu não creio muito nisso. Crítica é crítica, e fere quem é atingido por ela. Fere porque somos humanos, e ninguém gosta de ouvir que algo que pensa/fala/faz é errado ou pelo menos tem algumas falhas.
Sou cristã. E como cristã sei o quão errado é sermos críticos (no sentido de criticar comportamentos ou atitudes de outros, não no sentido de avaliarmos coisas). Na verdade, muitos não se tornam cristãos ou até detestam os cristãos por muitos destes serem críticos. Adoramos criticar o comportamento dos outros (embora não queiramos que ninguém critique o nosso), e achamos isso o máximo. Mas esse não foi o método ensinado por Jesus. Se você for olhar na Bíblia, você vai encontrar o que Ele falou sobre esse assunto:
Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa ouvir o seu conselho, então você ganhou de volta o seu irmão (Mt 18:15).
Esse é o jeito certo. Esse é o método. Se nós cristãos agíssemos mais assim, não ia haver tanta gente avessa a qualquer coisa que remetesse ao Cristianismo.
Eu, porém, tenho falhado muito nesse aspecto. Prefiro ficar comentando coisas erradas (ou que às vezes nem o são, apenas eu acho) que as pessoas fazem ou dizem, ou remoendo dentro de mim mesma, ou até ficar soltando indiretas, do que ir direto ao ponto e falar com a pessoa sobre algo que ela fez e que me incomoda, ou mesmo que tenho certeza de que está errado. Sim, porque a mesma Bíblia que citei há pouco também diz:
Se eu disser que um homem mau vai morrer, mas você não o avisar para que mude o seu modo de agir e assim salve a sua vida, aí ele morrerá, sendo ainda pecador. Nesse caso, eu considerarei você como responsável pela morte dele. Porém, se você avisar o homem mau, e ele não parar de pecar, ele morrerá como pecador, mas você viverá (Ez 33:8 e 9).
Parece forte — e é. Mas o principal que Deus quer dizer é: se você sabe que seu companheiro está no erro e não avisa, você está errado. Aí você pode pensar: “mas quem é você pra falar qualquer coisa se também erra — se não nesse, mas em outros aspectos da vida?” Realmente, sou pecadora. Sou como um “pano sujo” (Isaías 64:6). Mas posso e devo ajudar quem está no erro e não sabe. Só que devo fazer isso com carinho e amor, indo diretamente à pessoa, conversando com ela como forma de ajudar, e não criticando pelo prazer ou vício de criticar.
Estou passando exatamente por isso agora. Li algo (o que é não vem ao caso, e espero que ninguém me pergunte sobre porque não irei responder, e também isso não é o mais importante) e logo pensei em despejar críticas ao meu esposo (que é o único que tenho por perto pra desabafar rsrs). Ou então escrever um post no blog, ou quem sabe “tuitar” acerca do ocorrido (claro que de forma covarde, sem dar nome aos bois). Porém, como estou me policiando pra não agir mais dessa maneira, resolvi me segurar. Não sabem como é difícil não fazer, ainda mais porque noto que parece que gosto mais de criticar algumas pessoas que outras. Como se quisesse me vingar por algo, ou me mostrar superior a elas — como se dissesse: sou melhor que você porque não ajo como você. Pode parecer um vício, mas para mim é mais como uma tentação, como se fosse o Inimigo das almas me puxando por um de meus pontos mais fracos — a crítica — e me dizendo: “Vai fala, diz o que você pensa. Você sabe que está certa não é? Então fale…”, e Jesus do outro lado, sussurrando: “Não Daniella, não faça assim, você sabe o que eu te ensinei”. É mesmo um Grande Conflito, e machuca, dói, incomoda, irrita, você tenta pensar em outra coisa e não consegue… Como fico decepcionada com isso, por ser assim, isso vocês nunca irão conseguir avaliar. Nem vocês, nem meus amigos, e acho até que nem meu marido. Engraçado que ontem mesmo falava com ele sobre um livro que acabei de ler, e que mostra que algumas coisas nem o seu esposo consegue resolver. Só Deus…
E agora eu me sinto horrivelmente triste. Parece que sou a pior pessoa do mundo, porque acredito que nenhuma das pessoas próximas a mim seja como eu. Talvez até sejam, eu que não saiba. Mas eu penso muito em minha mãe. Eu nunca fui de “dar trabalho”. Acho que sou uma boa filha (melhor perguntarem a ela…), mas já fiz, sim, coisas que ela sabia serem erradas (como numa festa de casamento em que bebi cinco taças de champagne). Mas minha sábia mãe não me bateu, nem me deu sermão, nem nada dessas coisas. Eu vi o seu resto sério e preocupado, mas sei que ela fez o melhor: orou por mim. Isso é melhor que qualquer crítica. E eu sei que é o melhor que devo fazer. Até porque pra mim é difícil chegar e conversar com uma pessoa que sei (ou acho) que está fazendo algo errado. Tenho medo de magoar falando, mas acho super fácil criticar “pelas costas”. Vai entender…
Mas o que mais me incomoda é o fato de eu achar tão difícil não fazer o que quero. É assim mesmo né? Paulo falou:
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço (Rm 7:19).
A melhor coisa é orar. E é isso que pretendo fazer. Se não pode dizer nada de bom sobre alguém, não diga nada, já diz o ditado. Só que não é nada fácil… Mas por incrível que pareça, escrever aqui me ajudou demais. Eu sei que Deus usa esse blog pra falar comigo e através de mim. E o único jeito é me apegar a Ele. É o único que entende completa e perfeitamente as lutas que travo, e porque amo tanto fazer o que sei ser errado.
Ainda gosto muito de criticar, mas quando recebo críticas abertas ou mesmos veladas, com olhares que dizem mais que mil palavras, percebo o quão má é essa coisinha que tanto amamos fazer com os outros, mas nunca receber. Por isso agora entendo que preciso mudar, e deixar cada um viver a sua vida, assim como eu quero viver a minha. Fazendo suas escolhas e buscando sempre acertar. Entendo que preciso orar, por mim e pelos outros. Na hora certa, se assim tiver que ser, se for da vontade de Deus, se for o melhor para aquela pessoa, ela vai cair em si, acordar e ver que precisa mudar. Se minha mãe agiu assim comigo, se o próprio Deus age assim comigo todos os dias, sei que é assim também devo agir assim com os outros…
Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês (Mt 7:12).