Pensamentos

Escrito nas estrelas?

Quem é vivo sempre aparece, né? Infelizmente, esses dias ando sem inspiração. Ainda mais porque o assunto “relacionamento” que é um dos que mais gosto, e que ocupa a maior parte dos posts – ou pelo menos boa parte deles – aqui no blog, não tem me empolgado tanto ultimamente.

Explico: eu vivi muita coisa ligada a isso nesses meus 31 anos. Mas essa “muita coisa” é praticamente nada perto do que muitos outros já viveram. Ou seja, tenho sentido ultimamente que não tenho tanta experiência assim para ousar falar sobre o tema. Outra coisa: eu aprendi muito mais sobre isso lendo. Mas quase tudo que aprendi já foi excessivamente (pelo menos assim penso eu) exposto aqui no blog. Alguns posts ficaram imensos (eu não gosto, não quero que meus leitores se cansem), e outros acabam se tornando repetitivos. Talvez por ser abordado sob ângulos diferentes, não tenha causado tanto enfado a vocês a minha paixão sobre esse assunto. Mas eu penso que o momento agora é de aprendizado pra mim. Ainda há muito a ler e conhecer. Então, estava pensando em dar um tempo nesses posts e aprender novas coisas. Até porque nem sempre tudo que eu falo consegue ajudar algumas pessoas que eu gostaria. E isso frustra…

Mas o fato é que hoje fiquei com vontade de voltar a falar no tema. Simplesmente porque me lembrei de quando eu vi pela primeira vez um blog que meu esposo tinha (antes de nos conhecermos, pouco tempo depois disso ele fechou, fazia séculos que não escrevia e nem tinha vontade). Ele comentou sobre um filme que havia assistido, “Escrito nas estrelas” (Serendipity). E tinha se feito uma pergunta que na época eu não entendi bem, talvez por não ter visto o filme, mas que hoje até compreendo ele ter se questionado aquilo, até pelo momento que vivia, “sentimentalmente” falando.

Bem, para que vocês entendam, aí vai o resumo do filme, retirando do site Adoro Cinema:

“Num apressado dia de compras no inverno de 1990, Jonathan Trager (John Cusack) conhece Sara Thomas (Kate Beckinsale). Dois estranhos no meio da massa em NY, seus caminhos se cruzam em um feriado, sendo que logo sentem entre eles uma atração mútua. Apesar do fato de ambos estarem envolvidos em outras relações, Jonathan e Sara passam a noite andando por Manhattan. Quando a noite chega ao fim, os dois são forçados a determinar algo como seu próximo passo. Quando Jonathan sugere uma troca de telefones, Sara rejeita e propõe uma idéia que dará ao destino o controle de seu futuro. Se eles tiverem que ficar juntos, ela diz a ele, eles encontrarão o caminho de volta para a vida um do outro.”

A pergunta que meu esposo se fez, e que vocês já devem imaginar, é se isso poderia ser verdade. Se as coisas acontecem assim mesmo. Se for pra ficar com alguém, eu vou ficar, não importa o que aconteça. Bom, baseado em tudo que vivi (e li), hoje posso dizer que minha resposta é: SIM e NÃO. Sim, você pode por alguma razão da vida acabar o namoro com alguém e tempos depois voltar com essa pessoa, talvez porque certos ajustes necessários aconteceram. Ou você pode gostar de alguém, mas por algum motivo — alheio à sua vontade — se afastar dele(a), e mais tarde, mesmo tendo passado por outros relacionamentos, vocês se reencontram e tem início um namoro. Mas não, você não pode ficar de braços cruzados e simplesmente “jogar nas mãos do destino” e achar que “se estiver escrito nas estrelas”, o “universo vai conspirar”, e ficarão juntos. As coisas não acontecem desse modo. A gente não pode ficar sentado esperando que tudo “caia do céu”. Temos que fazer a nossa parte.

Do modo que eu vejo, a moça do filme tomou a atitude errada. As coisas não são assim. Se eles se reencontrassem no futuro (se, porque não assisti ao filme e não sei), isso não seria “obra do acaso”. Seria apenas coincidência. E a ideia que o filme passa é essa: se você conhece uma pessoa e convive com ela, decide se casar, isso não vale nada. O negócio é ficar com aquele(a) que o universo magicamente separou para você, ainda que só tenham passado uma noite juntos.

Mas o pior não é isso. O pior é que a gente se deixa levar tão longe por essas ideias malucas de filmes, sem ao menos nos questionarmos se isso é possível, como meu esposo fez, que acabamos achando que é assim na vida real. E se não acontecer do jeito que sonhamos, a culpa é sempre do outro, que destroi os sonhos que tínhamos. Precisamos ser mais críticos. A vida não é um conto de fadas. Temos problemas e dificuldades, infelizmente. Mas, já que é assim, eu prefiro resolver meus problemas com os pés no chão e com a ajuda daquele que eu amo, a ver tudo se resolver e acontecer com “num passe de mágica”, mas sem que tenhamos participado do processo. Voltemos à vida real! Pela nossa sanidade!

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Serendipity (serendipidade): neologismo que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso (Wikipedia).

“O acaso só favorece a mente preparada”. (Louis Pasteur)

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7 opiniões sobre “Escrito nas estrelas?

  1. Gente eu adoreeeeeei esse filme.
    Nos visite quando puder.

    Grande beijo!

  2. Tbm nao acredito muito nisso nao..! o melhor e fazer cada uma a sua parte..!
    pois se tiver q ser vai ser ..
    adorei o texto .
    Parabéns.

  3. robert em disse:

    Precisamos estar dispostos a encarar a vida como ela realmente é. O que se passa em filmes e novelas é algo já preparado, mas muitas pessoas se iludem achando que a vida é como se fosse um conto de fadas, que no final tudo dá certo. A realidade é dura, e acredito que só conseguiremos realmente começar a nos libertar dessas maluquices de esperar a pessoa certa quando reconhecermos que não existe “metade da laranja”, não existe esse negócio de um completar o outro. Somos “laranjas inteiras”, e como todas, temos suco, mas temos sementes que são necessárias serem retiradas, mas algumas pessoas pensam que na vida só existem “sucos engarrafados”, prontos para consumo, e se iludem por boa parte da vida, ou às vezes, por toda ela, que isso realmente existe. Essas eu chamo de “pessoas vazias”, que não tem capacidade de colocar os sentimentos à prova, e ficam vivendo à sombra de uma ilusão, até que se dão conta que na vida não é somente receber algo de bom, mas principalmente doar, pois cada um de nós necessita não apenas de receber, mas doar-se também!

    Daniella, insista no assunto “relacionamento”. Não sei para os outros, mas para mim serviu muito estar em contato principalmente com você, disposta a me ouvir (ler) quando precisei. Obrigado mesmo. Deus abençoe vocês!

  4. Obrigada pelos comments gente! E robert, concordo plenamente!

  5. Pingback: Escrito nas estrelas? | Kate Beckinsale

  6. “A vida não é um conto de fadas. Temos problemas e dificuldades, infelizmente”.
    A resposta a pergunta de seu esposo é com certeza “NãO”(do jeito que vc ” gosta” em LETRAS GRANDES rsrssr). Mas bem que poderia ser assim. Não de um todo, mas tem horas que agente pareçe viver em um contos de fadas e de repente volta a vida. As vezes agente já viveu o conto de fadas e por isso que preferia ele, independente se agente ver filme ou não!

    Escreva sobre relacionamentos, é a sua cara!
    Beijos

  7. Gostava tanto dessa historinha qdo pequena!

    Quer dizer, ainda gosto.

    E ainda sou pequena.

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