Pensamentos

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Mulher, trabalho, filhos…

Muito se falou e ainda se fala sobre a mulher que não quer ter filhos. Alguns chegam a dizer que são egoístas, que só pensam em si mesmas e por aí vai. Então, imagina-se, o que se espera de uma mulher, segundo estes, é que tenha filhos. Mas ei, alto lá. Não é só isso que se espera. Querem também que os filhos sejam limpinhos e bem-educados. Essa é a regra: você, mulher, tem que parir, e seus rebentos precisam ser anjos de candura.

E quem diz estas coisas? Aquelas que dizem que as que não querem ter filhos são egoístas. E ainda dão a receita do bolo: o negócio é você se dedicar a eles, não trabalhar pro resto da vida, porque aí terá filhos excelentes! E elas, realmente, não trabalham. Algumas podem se dar ao luxo de fazer isso, pois deram o golpe do baú têm maridos ricos, e vivem que nem dondocas, cujas únicas atividades são fazer compras, falar e ler futilidades e cuidar dos pimpolhos. Outras não têm tanta condição assim, e agem dessa forma porque creem piamente que é o melhor.

Mas o que tenho visto é exatamente o contrário. Conheço algumas mulheres (não vou dizer quem são nem como as conheci, óbvio) que não trabalham, muitas inclusive porque creem que “assim é o melhor”, quando não chegam a soltar o ridículo “é a vontade de Deus”. Tais mulheres frequentam reuniões femininas, que supostamente as ajudariam a ser melhores esposas e mães. Porém, apesar de tudo isso, algumas delas têm filhos que são verdadeiras pestes, com o perdão do termo. Crianças para as quais escovar os dentes é atividade semanal, e não diária (podem deixar cair o queixo, eu também fiquei assim quando ouvi), que dormem mais tarde que eu e que assistem programas de tv no mínimo inapropriados para suas idades.

Enquanto isso, conheço outras tantas que trabalham fora (claro que algumas têm a bênção de ter pais ou sogros por perto, mas mesmo assim…), mas que também se dedicam ao esposo e aos filhos, cujas crianças, essas sim, são educadas, estudam direitinho e são limpinhas. Ah, e só assistem programas adequados pra elas, dormindo bem cedo. Não são perfeitas, claro, mas estão a anos-luz de distância daquelas, cujas mães acreditam estarem fazendo o que Deus quer.

Minha mãe sempre trabalhou fora, e faz isso até hoje. Não só pra ajudar no orçamento, mas porque se realiza no que faz. Eu creio que a mulher, quando decide ter filhos, tem que maneirar no trabalho. Principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Isso, inclusive, foi minha mãe que me ensinou — e fez. Mas não precisa deixar de trabalhar eternamente. O trabalho nos faz sentir úteis, é uma verdadeira terapia (quando trabalho não me concentro nos meus problemas, mas nos dos outros, que eu tenho que resolver, e isso alivia a mente, além de nos ajudar a ser menos egoístas), nos dá o sustento e nos realiza. Será que só o homem pode se sentir realizado e a mulher não?

Eu não sou feminista, como sempre falo. Também sou contra essa ideia da super-mulher: tem que ser ótima profissional, excelente mãe, esposa inigualável, e, claro, manter-se sexy 24 horas por dia. Isso é impossível. Ponto. Mas se a mulher quer se realizar fazendo algo de que gosta e ainda ganhando por isso, e quer também ser mãe, quem somos nós para impedí-la ou criticá-la? Conheço várias, imperfeitas, sim, mas que estão se saindo muito bem nas duas tarefas, enquanto que aquelas que pensam estar fazendo o melhor, por ficarem em casa, estão é prejudicando os filhos. Não todas, mas muitas sim…

A própria Bíblia fala da mulher que trabalha (e por isso que acho ridículo quando se diz que Deus não quer isso): “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho” (Provérbios 31:16). Aqui a Bíblia fala da “mulher virtuosa”. Ela compra uma propriedade, planta uma vinha com as rendas do seu trabalho! Eu não precisaria falar mais nada, mas cito novamente Provérbios 31: “Cinge os lombos de força e fortalece os braços. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite…não come o pão da preguiça” (versos 17, 18 e 27). Então, parem de usar Deus e a Bíblia como desculpas para sua falta de vontade…

E quanto àquelas que não querem ter filhos: será que são tão egoístas como se pinta? Ou mais egoísta é a mãe que tem filhos, fica o tempo todo em casa, mas não se dedica de verdade às suas crianças, que muito em breve, se a situação não mudar, tornar-se-ão insuportáveis? De nada adianta não trabalhar, mas ficar em casa sem fazer nada, “comendo o pão da preguiça” e achando que educar é igual a deixar os filhos fazerem o que querem. Melhor não ter filhos do que tê-los e deixá-los por conta própria. Isso sim é que é errado.

“Não sou a Lady Gaga”

Nunca fui fã de Sandy. Nunca gostei de suas músicas, acho a voz dela enjoada e com certeza achei muito esquisito o marido dela ter passado a noite de núpcias atualizando o twitter. Também não achei muito legal o fato de ela ter falado para todo mundo que ia casar virgem e depois reclamar que estavam pegando muito no pé por causa disso. Se não quisesse que pegassem no pé, não devia ter falado tanto acerca de algo tão íntimo e que só diz respeito a ela.

Mas acontece que não concordo com o que dizem sobre ela ser sem graça e sem sal, não apenas porque casou virgem — que é algo que eu apoio, com o que concordo plenamente e ninguém deveria recriminá-la por isso — , mas também por causa do jeito dela. Cada um tem seu jeito, que deve ser respeitado. Se ela fosse tipo Britney Spears ou Lindsay Lohan, o pessoal iria criticar porque ela seria doida. Como ela é calma, “na dela”, criticam também. Fica difícil!

Há algum tempo, li uma entrevista dela, e queria ter escrito um post aqui no blog antes, mas só agora apareceu a oportunidade. Ao ler essa entrevista, pude conhecer mais sobre Sandy, e assumo que me compadeci da “perseguição” que sofre. Até acho que mudei um pouco os conceitos que tinha sobre ela.

Gostei bastante dessa parte da entrevista (meus comentários estão em laranja):

Aí vem a adolescência e outro peso recai sobre você: atitude. As pessoas querem que você tenha mais atitude.

Eu não fui rebelde mesmo, assumo, eu não fui uma adolescente rebelde. Daqui a três anos eu terei 30 e não fiquei rebelde ainda. Eu tinha a vida que… Não precisava reivindicar nada, minha convivência com meus pais era fácil, tranquila, eu tinha liberdade. E se por um lado eu era criticada por ser comportada demais, por outro fui exemplo para famílias. As mães vinham dizendo: “Nossa, você é um exemplo para minha filha.” [Nossa, ser criticada por ser “comportada demais” é o cúmulo para mim. Existem pessoas comportadas, que se dão bem com os pais, sim! Você não precisa ser uma rebelde na adolescência para vivê-la em sua plenitude! Não sei por que o povo se irrita com quem não é rebelde].

Mas isso não tem glamour.

Pois é, não tem glamour para as pessoas, isso é brega. [Verdade, o que é uma pena…]

Aliás você tem pais que não se separam, você não briga com seu irmão, tudo que parece muito desinteressante para a mídia, não é?

Para a mídia e para o público, já que a mídia publica aquilo que o público procura. Não é interessante mesmo, pois é, minha vida é chata. Não tenho vida de artista, tenho vida de gente normal. [Que interessante a mídia! Querem ver sangue, miséria, tragédias. Quando o artista não dá isso, é “sem graça”. E quando dá, é criticado da mesma forma. Vai entender!]

Bom, não sei se vocês vão concordar comigo, mas também não é para isso que estou escrevendo esse post. Continuo não-fã da Sandy, continuo não ouvindo suas músicas, mas passei a vê-la de outra forma. Eu não gostaria de ser criticada porque fui uma adolescente comportada, porque me dou bem com meus pais ou porque casei virgem. E o interessante é que acabei encontrando coisas em comum com alguém de quem nunca fui admiradora. Gostei…

(Leia a entrevista na íntegra aqui)

Mulheres maravilhosas

Ontem eu já estava pensando em abordar esse assunto aqui no blog, mas ainda não sabia como. Aí hoje cedo me deparei com esse texto. E veio a ideia que faltava! Na verdade, ainda quero escrever um post só sobre baixa autoestima, e como isso se relaciona com inveja e comparações. Mas aqui já vou começar a dar uma pincelada, só que tendo como ponto de partida um certo mito — pelo menos a meu ver — com relação às mulheres.

Eu não vou colocar o texto do post que citei aqui. Desculpem-me mas o espaço já é pouco, eu já escrevo demais, e ainda por cima não dá pra ficar pondo aqui um monte de baboseiras coisas com as quais não concordo. Portanto, se vocês quiserem saber melhor sobre o que ele fala, cliquem no link, please.

O fato é que, resumidamente, o texto diz que 99,99% dos homens (ao que parece, a autora quis ser boazinha com eles) não podem lidar com a “inteligência” e o “poder” das mulheres maravilhosas (que, segundo ela, são aquelas que “Saíram da barra da saia dos pais e das mães, estudaram enquanto moravam sozinhas e trabalhavam, e ainda encontravam tempo para receber os amigos e colegas em sua casa ou apartamento de estudantes…tinham namorados quando eram jovens. Mas parece que não dava certo, parece que nunca estavam no mesmo tempo. Elas, sempre à frente. Se formaram…trabalharam mais do que escravas…” e mais um monte de blá-blá-blá).

Uma das mulheres que comentaram o texto perguntou algo muito inteligente: “Estou ficando cansada dessa história que porque somos tão maravilhosas estamos sozinhas… porque não encontramos esse 0,01% que nos banque… Homens, vcs realmente concordam com isso? Vcs não podem com a gente? Vcs realmente fogem no primeiro sinal de dificuldade? Esquecemos o significado das palavras “construir” e “juntos”?”

Isso me levou a uma série de questionamentos, que se uniram aos que eu tinha desde ontem. Se as mulheres “modernas” e “liberadas” levam tanto em conta a carreira, a profissão, o trabalho, se isso é o que realmente é mais importante — e segundo o texto em questão é — por que elas vivem lendo livros toscos estilo “como agarrar seu homem”, se queixam incessantemente de que estão carentes, de que o relógio biológico está “tocando”, e no dia dos namorados choram que nem condenadas, agarradas a um urso de pelúcia e uma caixa de chocolates? Não parece um contra-senso?

Mas aí vem a ‘sábia’ autora do blog citado e responde: é porque somos lindas e maravilhosas e os homens, esses covardes, morrem de medo de nós! Cá entre nós, não concordo plenamente, e depois vou comentar sobre, mas com essa atitudezinha boba de “mulheres são melhores que homens” — que nunca leva a lugar nenhum, pois não somos melhores que eles nem eles são melhores que nós, e essa é uma discussão em que nunca se chega a denominador comum, ou seja, perda de tempo — aí é que os homens se afastam mesmo. Você iria gostar de ser criticada o tempo todo e ainda ter que dar atenção a essa pessoa que te critica? Pense…

Pois bem, mas ao refletir no assunto, me veio um pensamento, que passou a ser recorrente nos últimos tempos, pois não só a mulher que escreveu o texto como boa parte da mídia e da sociedade pensam dessa forma (mulheres ‘poderosas’ dão medo nos homens): então quer dizer que não sou maravilhosa, linda, inteligente, culta, esforçada? É isso? Pois se namorei, noivei e casei, sendo que quase 100% dos homens temem mulheres com as características que citei, isso quer dizer que provavelmente não tenho nenhuma ou quase nenhuma delas.

Chega a ser patético quando penso que essa ideia passou pela minha cabeça. Mas sim, passou. Eu, infelizmente, ainda me incomodo muito com opiniões alheias, com o que o outro pensa. Pra muitos — e eles estão certos — eu nem deveria me dar ao trabalho de pensar nessas coisas, que dirá de me achar tosca porque casei, ou seja, um homem me quis, então não devo ser tão “maravilhosa”.

Aí, comecei a analisar minha vida: me casei aos 28 anos, idade com a qual uma mulher “maravilhosa” deve estar concluindo seu Ph.D., não é mesmo? Sim, porque senão não é poderosa (estou sendo irônica, pra quem ainda não notou, até porque muitas dessas mulheres que se auto-denominam ‘poderosas’ talvez nem tenham terminado a faculdade). Mas antes de casar, eu fiz Medicina, numa universidade federal (não que meu curso ou a faculdade em que o fiz sejam a coisa mais importante pra mim, mas menciono pra que se entenda meu ponto de vista). No último ano, num dos estágios (onde temos vivência com comunidades distantes das grandes cidades para melhor entendermos como funciona o Programa de Saúde da Família nelas), tive que morar, por dois meses, numa casa com vários outros estudantes da área de saúde, numa das cidades da PB mais distantes da capital, João Pessoa. Depois que me formei, me mudei para a cidade onde meu noivo estava estudando, pois queria logo arranjar emprego e alugar um apartamento. Morei sozinha por dois meses, antes de casar.

Talvez eu não tenha “saído da barra da saia dos meus pais” tão cedo, talvez não tenha tido tanta experiência em morar sozinha, talvez tenha me casado “cedo” para os padrões atuais, e por causa deles mesmos, não seja considerada “poderosa” por não ter um mestrado, pelo menos. Mas eu sou alguém, tenho valor, sou inteligente, culta, esforçada e independente, não preciso do meu esposo para pagar minhas contas, posso até dizer que não preciso dele para viver, no sentido de que consigo me virar sozinha. Estou com ele porque quero, e porque o amo, acima de tudo.

E não só eu, mas amigas e primas que tenho, que são casadas, algumas até têm filhos, e são profissionais bem sucedidas, que estudaram e ralaram muito pra chegar onde estão hoje — todas nós somos provas de que os homens DE VERDADE gostam mesmo é das inteligentes, daquelas com quem podem conversar sobre qualquer coisa, daquelas que são esforçadas, trabalham fora, e eles nunca vão pensar que elas estão com eles porque querem dar “o golpe”, e sim porque o amam. Ou seja, o que quis dizer com toda essa conversa que já cansou vocês é que a teoria da moça que citei lá em cima é FALSA. Eu e outras mulheres que conheço somos prova disso.

Além do que, temos que rever esse conceito de “poder”: não é só “poderosa” ou “maravilhosa” aquela mulher que fez mil mestrados e três mil doutorados (eu escrevi mais sobre isso aqui). Nem também o é aquela que acha o máximo sentir que está “subjugando” o homem. Isso é apenas fazer com eles o que tanto odiamos. Queremos que alguém esteja conosco por medo ou por amor?

Homem que é homem gosta de mulheres interessantes. Aqueles que não gostam, eles é que têm algum problema. Ou não, e deram o azar de encontrar pela frente uma mulher tão “poderosa”, que acha que a carreira é a coisa mais importante da vida e tão cega por estereótipos e ideias mentirosas (que mais parecem ter sido tiradas de livros femininos de autoajuda) que não o assustaram, mas o rejeitaram, humilharam, destrataram. E nenhum  homem ou mulher saudável vai querer alguém tão chato assim por perto.

Por isso, antes de colocar a culpa nos homens, ó mulheres maravilhosas, olhem para si mesmas. E talvez assim consigam ser finalmente felizes.

Socorro, estou sendo controlado!

Por Gary Chapman

Um dos meus livros é chamado de “Desperate Marriages” (algo como ‘Casamentos Desesperados’). O que é um ‘casamento desesperado’? Um casamento desesperado é aquele em que um dos indivíduos está envolvido em um estilo de vida que é extremamente prejudicial para o relacionamento — como por exemplo, abuso de álcool ou drogas, abuso verbal ou físico. Hoje eu quero falar sobre “O Cônjuge Controlador”.

Atributos de um cônjuge controlador
Os controladores têm uma personalidade dominante e, portanto, procuram dominar os seus cônjuges. Eles não são de espírito mesquinho, mas são determinados. O lado positivo de uma personalidade de controle é que essas pessoas fazem as coisas. Eles se encarregam de resolver problemas e tomar decisões.

O controlador raramente pede conselho a seu cônjuge. E, se fizer isso, ele raramente leva a sério. Ele sabe o que é melhor e se você vai escutar. Ele vai explicar-lhe “mais uma vez”, e dizer coisas como “qualquer pessoa em sã consciência vai concordar comigo.” Não é tão difícil ver porque o cônjuge de um controlador muitas vezes se sente como uma criança … que seus pensamentos, idéias e sentimentos não são importantes ou são ilógicos.

Se seu cônjuge tem uma personalidade fortemente controladora, meu palpite é que você não tem um casamento íntimo. Controladores muitas vezes “passam por cima” de seus cônjuges, a fim de fazer as coisas. O cônjuge acaba com rancor e tanto pode partir para a briga como pode se retirar em sofrimento silencioso. Nenhuma destas abordagens melhora a situação.

Concorde em discordar
Então, o que fazer se você está casado(a) com um(a) controlador(a)? Algumas pessoas capitulam. Eles procuram se realizar nas crianças, ou no seu trabalho, e simplesmente aceitam um casamento ruim. No entanto, penso que é muito mais gratificante tomar uma atitude. Eu não quero dizer discutir, quero dizer que você pode concordar com os controladores de intenções, mas não ceder às suas exigências. Sua atitude deve ser: “Eu te amo demais para permitir que você me trate como uma criança.”

Quero sugerir que você tente influenciar o seu cônjuge concordando com ele. Com isso eu quero dizer que você concorde com seus argumentos, mas não aceite as suas conclusões. Uma mulher pode dizer: “Querido, eu sei que estamos economizando dinheiro por não utilizar a secadora, mas eu não tenho tempo para pendurar a roupa no porão. Se você quiser fazer isso, ótimo, mas eu vou usar a secadora. ”

Discutir e brigar com um cônjuge controlador não leva muito longe. Você nunca vai ganhar uma discussão com um controlador, você só vai prolongar a batalha. Um resultado muito mais positivo surgirá a partir de uma gentil, mas firme recusa a ser controlado. Assuma a responsabilidade por sua própria atitude. Lembre-se, você não pode mudar um cônjuge controlador, mas você pode influenciá-lo através de suas respostas ao seu comportamento.

Uma copa, várias lições…

Já vi um monte de blogs falando sobre copa, mas eu mesma não me interessei em falar. Hoje, por incrível que pareça, dia da derrota do Brasil, me deu vontade de comentar sobre ela… E foi exatamente por causa da derrota.

É interessante como às vezes a gente aprende mais com os fracassos do que com as vitórias. Eu pelo menos aprendi hoje. Não sou o que se pode chamar de grande fã de esportes, mas em tempos de Olimpíadas e especialmente Copa do Mundo, mesmo não gostando de esportes, é claro que eu vou torcer pelo meu país. Ainda que muitas vezes não entenda nada daquele esporte, ou, no caso do futebol, ainda fique em dúvida — às vezes — de quando é escanteio (embora hoje já saiba bem mais que antes, graças ao marido kkkk).

Só que, apesar de torcer pelo Brasil, creio que todos temos que ser humildes. Quando se fala de futebol, a gente sabe que não é só o Brasil que é bom. Temos Alemanha, Argentina, Itália, França, e, claro, Holanda. Todos esses times, embora alguns tenham deixado a copa da África mais cedo, são bons. Não é só o Brasil que sabe driblar, não é só o Brasil que pode ganhar. Todo mundo pode, e isso deve gerar respeito por todas as equipes, e não uma confiança exacerbada que, creio eu, na minha ignorância de quem não entende quase nada do assunto, fez com que o Brasil ficasse mais descuidado no segundo tempo do jogo de hoje. Talvez achassem que já estavam com a partida ganha. E nós também fazemos isso. Por isso, a necessidade de aprender a reconhecer: não somos os únicos bons. E isso vale pra todas as áreas da vida.

Outra coisa: como disse Galvão Bueno (é, às vezes ele fala coisas boas hehehe), foi só mais um jogo de futebol. Podem achar que, por mal ter acabado o jogo e eu ter vindo escrever isso aqui, sou fria e nem me importo com a derrota. Pura mentira. Estou até mais chateada do que gostaria. Foi meu país ali, triste, envergonhado, poxa vida! Eu queria comemorar, mas nem ânimo pra almoçar fora tenho mais. Mas a vida continua, e continuaria mesmo que o Brasil ganhasse. Fato. A gente precisa se aprender que há coisas bem mais importantes com as quais se preocupar. Contas a pagar, relacionamentos, família, saúde, trabalho, lazer, Deus… Como está meu relacionamento com meu esposo? Como estou trabalhando, estou dando meu melhor? Será que estou tirando tempo pra descansar? E Deus, em que lugar o coloco no meu viver? Essas sim são questões verdadeiramente importantes, e a forma como lidamos com ela influenciará nossa vida agora e no futuro. Esses dilemas permanecem, com ou sem Brasil na copa…

A vida continua. Tem gente aí morrendo por causa de enchentes. A crise econômica ainda persiste em muitos lugares. As eleições vêm aí. Vão ser escolhidos governantes cujas decisões e atitudes, essas sim, terão o poder de mudar nossa vida, diferente de um jogo. Você se lembra disso?

Longe de querer irritar alguém que agora se sente arrasado, decepcionado, meu objetivo é fazer pensar (como sempre digo, vejam o nome do blog). Não só os outros, mas eu, antes de qualquer um. Ainda estou triste, mas isso passa. Haverá outras copas. Poderemos torcer novamente. E, quem sabe, ver o Brasil dar um show.

NÃO POR MUITO TEMPO! 2014 VEM AÍ. NA NOSSA CASA! #BRA 2014. A ESPERANÇA DO HEXA CONTINUA…

Uma família em 30 anos

Muito legal.

Via vidaordinaria.com.

Inteligência ou aparência: o que realmente importa?

Bem magrinha e praticamente sem peito, Tessália turbinou os seios com 300ml de silicone. A ex-BBB justificou a mudança: “é difícil uma mulher com pouco peito ser aceita na sociedade”. Na socidade das ex-BBBs isso faz sentido… (EGO, 27/06/2010).

A notícia pode ser velha, mas eu não sabia que a justificativa usada tinha sido essa. Quer dizer que, para ser aceita, a mulher tem que ter peito. Essa foi demais! Pensei que tínhamos que ser inteligentes, educadas, trabalhadoras, esforçadas, responsáveis. Não, temos que ter peito! E não é no sentido de ter coragem, não. É ter seio grande mesmo.

Quando a gente pensa que as mulheres finalmente estão começando a ser aceitas por seu cérebro, vem uma tonta e mostra que não: a aparência continua sendo o mais importante. Afinal, quem tem que ser inteligente é o homem, mulher só tem que ter corpo né? Pra que cérebro, se quem pensa é o homem e a mulher só obedece? Isso tudo seria até engraçado se não fosse real. E pior, confirmado — e ao que parece, aceito — por uma mulher.

Grande ideia

Um bilhete de suicídio anônimo. Algumas pessoas leram. E assim surgiu uma forma de ajudar totalmente inusitada. Coisas que não aconteceriam caso não tivéssemos blogs e sites de relacionamento: nem se saberia do suicida em potencial, nem se conseguiria ajudá-lo, ainda que não se saiba quem é nem onde vive. Maravilhas da internet. Clique na imagem e veja o vídeo 🙂

Sobre ter opinião…

Será que é assim que se trata alguém por ter opinião? Pra muita gente, sim...

Eu acho interessante que muita gente fala: “fulano precisa aprender a dizer não” ou “fulano precisa se impor” ou ainda “fulano tem que ter opinião e deixar de ser mosca morta”, mas quando o tal fulano passa a ter todas essas atitudes que foram solicitadas dele, os outros estranham.

Eu sempre fui muito temerosa de dizer o que penso, não gostava de falar certas coisas para certas pessoas com medo de ser mal interpretada e perder a amizade de alguém de quem eu gostasse (e isso sempre acontecia com amigos, engraçado que nunca tive medo de discordar de meus pais ou meu esposo). Me lembrei disso hoje, ao ver um twitter de alguém que sigo: “Às vezes vc deixa de expressar sua opinião, com medo que ela se choque com a opinião dos outros? Não? Nem eu… hehe”. Eu já deixei muitas vezes de falar o que penso para não “chocar” com outras opiniões. Mas eu mudei. Não pensava assim antes. Só que hoje, eu falo o que penso, sem medo de ser feliz. As outras pessoas não pagam minhas contas, não têm os meus problemas, não vivem a minha vida.

Porém, isso não é fácil. Como já citei noutro post, uma vez me deram unfollow no twitter porque eu “escrevo coisas polêmicas só para dizer que tenho opinião”. Na verdade, a pessoa fez isso porque não gostava de algumas coisas que eu dizia, por não concordar com ela (isso não foi julgamento meu, alguém ligado a essa pessoa me explicou). E é mais complicado ainda quando você tem que discordar de alguém que é próximo a você. Mas ter opinião própria não é pecado. Pensar diferente não é errado. Cada um tem o direito de ter o pensamento que quiser a respeito de determinado assunto.

Contudo, as mesmas pessoas que pensam isso te criticam ou se espantam e te repreendem quando é você o que discorda, o que se levanta perante injustiças, o que diz não, ou simplesmente o que diz o que pensa. Elas podem, você não. Peço licença a meus amados leitores para dizer: estou de saco cheio de gente assim. Eu agora não tenho mais medo do que os outros vão pensar por eu dar minha opinião. Portanto, se você quiser me dar unfollow, xingar ou deixar de ser meu amigo, fique à vontade. Sou eu que pago minhas contas e me sustento, graças ao bom Deus, e o que você pensa de mim não interessa.

Maturidade tem a ver com saber discordar com elegância, com classe. Eu também não entendia isso antes, se alguém discordava de mim já achava que a pessoa não ia com a minha cara. Mas hoje sei que não tem nada a ver, todos podemos — e devemos — ter opinião própria, e mesmo que essa opinião seja diferente da opinião do seu amigo, isso não quer dizer que você não gosta mais daquela pessoa, que vocês agora vão cortar relações ou que você tem que dar unfollow no twitter. Divergir é bom e necessário, e sábios são aqueles que fazem isso sem brigar. Não precisa ser arrogante, mas não há problema em dizer o que você pensa sobre um assunto, ainda que seja diferente do que alguns pensam. E se eles se incomodarem? Problema deles…

“Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é.” John Wooden

Sonhos na prateleira

Você já teve que colocar algum sonho na prateleira? Eu não conhecia essa expressão, até econtrá-la neste blog. Achei tão bonita que quis escrever sobre ela. Já devia ter feito há mais tempo, mas hoje finalmente resolvi sentar pra falar sobre o assunto.

Acho que o que me fez gostar da frase foi o fato de que eu mesma já fiz isso. Leiam o que a autora do blog escreveu sobre si mesma, para entenderem melhor:

Pus alguns sonhos na prateleira e segui caminhos antes impensáveis – e então me deparei com novos sonhos. Aprendi que viver é isso, também (A Estrada Anil).

Ela está certa. Colocar sonhos na prateleira não quer dizer se desfazer deles, mas sim esperar para que aconteçam no tempo certo, e não quando nós queremos.

Quando eu conheci meu esposo, ele me falou que tinha o sonho de fazer outra faculdade, depois de terminar a que ele já estava fazendo. Não imediatamente depois, não sabia quando seria, mas queria fazer. E eu falei o que pensava e penso até hoje: “não tem problema”.

Só que ele acabou passando no vestibular dessa outra que ele queria fazer logo que terminou a primeira. Nem ele nem eu esperávamos por isso. A gente queria casar primeiro, curtir, eu pensava em fazer minha residência, e achávamos que teríamos tempo para guardar reservas para quando ele viesse estudar. Mas entendemos que Deus queria que a gente viesse para cá naquele ano de 2007, e não depois.

A vida aqui não é fácil. Eu estou trabalhando como queria, graças a Deus. Meu esposo é um dos melhores de sua turma, e também trabalha muito na faculdade. Mas estamos longe da família e amigos há quase quatro anos. Moramos numa cidade de poucos recursos, bem diferente daquelas de onde viemos. Nem todo mundo entende a decisão que tomamos. Afinal, eu poderia estar fazendo residência e meu esposo poderia estar ganhando bem, trabalhando na área em que se formou. Além do mais, estaríamos mais perto daqueles que amamos. Porém, meu esposo estaria infeliz, e talvez se acomodasse e nunca viesse a fazer aquilo com que tanto sonhava,

Mas os sonhos de Deus para nós sempre são maiores que aquilo que pensamos. Cremos — por uma série de fatores — que foi Ele que quis que a gente viesse mais cedo do que esperávamos, e que arranjou tudo para que nos estabelecêssemos aqui. Moramos num bom lugar, temos nossa própria renda, não dependemos de ninguém.

Alguém pode dizer: “e você? E seu sonho de residência? Ele não pode esperar, mas você pode?” Em primeiro lugar, meu sonho não é tão grande como o dele. Em segundo, o sonho dele também já era meu, antes de nos casarmos. Ele não está fazendo apenas uma segunda faculdade, está se preparando para algo bem maior, em que minha presença é imprescindível, e graças a Deus por ser assim, pois faço questão de estar junto dele quando ele estiver finalmente pronto para fazer aquilo a que foi chamado. Em terceiro, depois que ele conquistar seu sonho vai ser a minha vez de ir em busca do meu, e a vez dele de “colocar os sonhos na prateleira”. Ele poderia e gostaria de fazer logo um mestrado e depois doutorado, mas preferiu esperar por mim. Graças a Deus somos um casal que se ama, e sabemos abrir mão de algo quando é para agradar o outro. Temos nossos defeitos, mas sabemos ceder, entendemos que isso faz toda a diferença, saber abrir mão do seu ego.

E por último, quem escolheu que ele realizasse o sonho primeiro foi Deus, não ele e nem eu. Poderia ter sido o meu, mas foi o dele. E aconteceu assim porque Deus quis que fosse assim. Meu esposo ia fazer o vestibular só por experiência, tínhamos certeza que não viríamos pra cá, quando vimos, já estávamos aqui, e muito bem instalados, graças ao Pai. Foi vontade dEle. E isso não faz diferença, não estamos numa competição para ver quem realiza os sonhos primeiro. Vamos conquistando as coisas aos poucos, uma de cada vez, mas sempre juntos, um apoiando o outro. Por isso gostei tanto daquela expressão. Como a autora do blog, “segui caminhos antes impensáveis — e então me deparei com novos sonhos. Aprendi que viver é isso, também”.

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